Francisco Otavio Cunha Pires
O amor é carinho, é afago, é paixão
Sede, é calor e emoção.
É renúncia, ânsia e traição.
Choro, ranger de dentes, ira e perdão.
Perda de sono, medo e armação.
Café amargo, dor no coração.
Frio, calafrio, mentira, nobreza, pé-no-chão.
É acalanto, é pôr-do-sol, é beira-mar.
É leveza, é pluma ao vento, canção de niná.
É sufoco, é grito, perda de peso, falta de ar,
Juras, perjúrio, morte e renascer.
É cantar, rezar, pular, dançar, correr, trepar.
É banho de rio. É sonhar.
É chegar junto. É ficar perto.
É morrer sem ver a morte.
É alegria, é saudade, é um aperto.
É da navalha o fio, é um corte.
É uma coisa gostosa,
Amarga, acre, azeda, ácida, saborosa,
É algodão doce, é peso nos ombros,
É pluma ao vento, é ponto sem nó.
É sangrar sem piedade, sem dó,
É aconchego, é paz, é um tormento
É ressurgir das cinzas, dos escombros
É liberdade. É uma carga.. É um sonho.
É ficar mudo, surdo e tristonho,
É tirania, é intimidade, é parceria.
É ciúme, loucura, selvageria,
É praia chã, é plantio, é rega, é nascimento,
É trato, é afago, é mimo, é crescimento
É colheita, secagem, beneficiamento.
É cansaço... É a lida, é no peito a ferida,
É, simplesmente, a vida revivida.
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