Parece que a natureza trabalha para ingratos: somos felizes, mas nossos discursos são tais que perecemos nem sequer suspeitar disso. No entanto, encontramos prazeres em toda parte, estão ligados a nosso ser, e as pessoas não passam de acidentes. Os objetos parecem em toda parte preparados para nossos prazeres. Quando o sono nos chama, as trevas nos agradam, e quando acordamos, a luz do dia nos arrebata. A natureza é enfeitada de mil cores, nossos ouvidos são lisonjeados pelos sons, as iguarias têm gosto agradável, e como se a felicidade da existência não fosse suficiente, é ainda necessário que nossa máquina precise ser incessantemente reparada para nossos prazeres.
Montesquieu
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