domingo, 29 de junho de 2014

Atos


Os nossos atos transformam-nos; em cada um dos nossos atos se exercem certas forças - enquanto que noutros, não - forças essas que assim são transitoriamente ignoradas; e sempre uma paixão se afirma em detrimento de outras paixões, às quais retira forças. Os nossos atos marcadamente habituais acabam por formar em redor de nós como que um edifício sólido; açambarcam as nossas forças de tal modo, que tornam difícil um desvio de intenções. Acontece também que uma abstenção habitual acaba por transformar o homem. Até pela cara se consegue adivinhar quem é um homem que se tem vencido a si próprio diariamente, ou quem é um homem que se entrega com passividade ao dia a dia. A primeira consequência da ação, é ser ela a edificar-nos, até fisicamente.



Nietzsche




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