O que, em última instância, importa para o nosso bem-estar é
aquilo que preenche e ocupa a consciência. No geral, toda a ocupação puramente
intelectual proporcionará, ao espírito capaz de a executar, muito mais do que a
vida real com as suas alternâncias constantes entre sucesso e fracasso,
acompanhados de abalos e tormentos. Decerto, no entanto, para tal ocupação já
são exigidas disposições intelectuais preponderantes. Além disso, deve-se
observar que, assim como a vida ativa voltada para o exterior nos distrai e
desvia dos estudos, retirando do espírito a tranquilidade e a concentração
necessárias, a ocupação espiritual incessante também nos torna mais ou menos
inaptos para as agitações e tumultos da vida real. Dessa maneira, é
aconselhável suspender inteiramente tal ocupação por algum tempo, quando
surgirem circunstâncias que exijam de algum modo uma atividade prática e
enérgica.
Schopenhauer
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