sábado, 1 de maio de 2010

Ouvir

Não há nada mais útil do que ficar quieto, falando o mínimo possível com os outros e consigo mesmo. No ato de falar há algo de insinuante e de brando que, como a embriaguez e o amor, extraem os segredos. Ninguém conservará para si o que ouviu, ninguém revelara apenas o que ouviu. Quem não sabe calar um fato também não sabe calar o nome de quem o contou. Todo mundo tem um amigo a quem confiar o que lhe foi confiado. Sendo assim, mesmo se ele refrear a sua loquacidade e se contentar de falar a uma única pessoa, após um certo tempo, o fato passará a ser do domínio público - está na boca de todos.

Schopenhauer

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