segunda-feira, 24 de julho de 2017

Amar

É possível amar para existir. Mas nunca amar pode ser necessário, amar nunca é necessidade, amar é liberdade, é decidir-se por alguém que é um quem para nós, amar é perscrutar a face da eternidade em cada tu que se ama. Amar é simplesmente tudo doar, amar é inteiramente a ontologia da pessoa humana, porque é seu fim último enquanto voltar-se para fora, e nunca para si mesmo. Amar é o antagonismo da paixão. E amar não é cura, não é salvação, amar simplesmente é o que é quando se é possível, mas nunca se pode dizer que amar seja uma supressão de desejos (inconscientes?) tal que haja cura, e não haja doenças. Adoecer é estar integrado com a paixão, que é o antagonismo do amor. Adoecer não tem cura, no entanto, porque estar apaixonado é inteiramente humano, e não tem como a pessoa se desvincular de si e deixar de se apaixonar, ela não pode deixar de ser humana (e, portanto, não há cura de si): mas ela pode amar (e, portanto, ser livre na sua possibilidade de abrir-se ao mundo). Isso basta. “L'amour c'est tout donner”.


Sofrimento, perdição e amor - Demartone Oliveira Botelho

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Virtude

Ser virtuoso e progredir em direção à excelência pessoal significa compreender a verdadeira natureza do ser e manter o caráter moral nas condições certas".

"Algumas coisas dependem de nós, e outras não. Nossas opiniões dizem respeito a nós, assim como nossos impulsos, nossos desejos, nossas aversões; em suma, tudo que é produto de nossos atos. Nossos corpos não dependem de nós, nem nossos bens, nem nossa reputação, ou nossos escritórios públicos; isto é, tudo o que não é feito por nós".

- Epiteto, Discursos.

*

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Homem

"Não há mal algum no teórico que inventa uma nova teoria para cada novo fenômeno. Porém, o teórico que primeiro elabora uma nova teoria e depois vê provas dela em tudo, é o mais perigoso inimigo da razão humana".

- G. K. Chesterton, The Flying Inn.


*

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Olhar

The eyes those silent tongues of love. 

Miguel de Cervantes


*

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Homem

Ele [o homem] é um ser que diz de si eu. Nenhum animal pode dizer isso. Olho nos olhos de um animal e vejo alguma coisa que me olha. Vejo dentro de sua alma uma interioridade, uma alma que percebe o meu olhar e a minha presença. É, porém, uma alma muda e prisioneira, aprisionada em si mesma, incapaz de sair de si mesma e chegar até mim. Olho nos olhos de um ser humano e o seu olhar me responde. Deixa-me penetrar na sua interioridade ou me rejeita. Ele é senhor de sua alma e pode fechar ou abrir as suas portas. Pode sair de si mesmo e penetrar nas coisas. Quando dois seres  humanos se olham, um eu está diante de outro eu. Pode ser um encontro que acontece na soleira da porta ou na interioridade. Quando é um encontro que acontece na interioridade o outro eu é um tu. O olhar do homem fala. Um eu dono de si, vigilante me vê. Dizemos também: uma pessoa espiritualmente livre. Ser pessoa quer dizer ser livre e espiritual. O ser humano é pessoa e isto o diferencia de todos os seres naturais.

Edith Stein


*

terça-feira, 4 de julho de 2017

Homem

O homem é mais propenso a contentar-se com as idéias alheias do que refletir e raciocinar. 


Alexandre Herculano.


*

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Estupidez

Qual a aritmética que se impõe à política?
Não vai ter recurso para pagar aposentadoria. Há uma esquerda primitiva que é incapaz de compreender que, por maior que seja seu altruísmo, isso encontra limite na disponibilidade de recursos.
 Poder econômico controla o poder político no Brasil, diz Delfim Netto -

Por maior que seja a cooperação, 2 + 2 serão 4. Não podem ser 6. Para a esquerda primitiva pode ser até 22.

*