sábado, 31 de julho de 2010

Razão

A razão age com lentidão, e com tantas vistas, sobre tantos princípios, os quais é mister estejam sempre presentes, que a todo o instante adormece ou perde-se, deixa de ter todos os seus princípios presentes. O sentimento não age dessa maneira; age instantaneamente, e está sempre pronto para agir. É preciso, pois, depositar a nossa fé no sentimento; de outro modo, ela será sempre vacilante. O último passo da razão é o de reconhecer que existe uma infinidade de coisas que a ultrapassam; se não chegar a isso, é porque é fraca.

Blaise Pascal

*

Viver

Sentir primeiro, pensar depois

Perdoar primeiro, julgar depois

Amar primeiro, educar depois

Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, contemplar depois

Navegar primeiro, aportar depois

Viver primeiro, morrer depois.

Mário Quintana

*

Sentir

Saber de tudo de tudo. Ou tudo de algum saber. Decerto é impossível e mesmo indesejável. Mas que tu sintas que é bela a luz ou ouvir um pássaro cantar e terás sido absolutamente original. Porque ninguém pode sentir por ti.

Vergilio Ferreira

*

Vida

Quando ouço música, a minha imaginação compraz-se muitas vezes com o pensamento de que a vida de todos os homens e a minha própria vida não são mais do que sonhos de um espírito eterno, bons e maus sonhos, e de que cada morte é o despertar.


Arthur Schopenhauer

*

Segue o teu destino

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Fernando Pessoa

*

Influenciar

Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros - é a única.


Albert Schweitzer



*

Felicidade

A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar É importante pensar-se ao extremo, buscar lá d entro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

Mário Quintana

*

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Grande

Aqueles que seguem o que neles é grandioso são grandiosos; aqueles que seguem o que neles é insignificante são insignificantes. À mente cabe o o ofício de pensar. Pensando, ela obtém a visão correta das coisas, negligenciando o pensamento, ela fracassa nosso intento.
Apegue-se à superioridade da parte mais nobre de sua constituição e a parte inferior não será capaz de lhe tomar essa posição. É simplesmente isso que faz uma pessoa grandiosa.

Mêncio


*

Pessoas

Não só as coisas acontecem com as pessoas, cada um gera também aquilo que acontece consigo. Gera-o, invoca-o, não deixa de escapar àquilo que tem de acontecer. O homem é assim. Faz, mesmo que saiba e sinta logo, desde o primeiro momento, que tudo o que faz é fatal. O homem e o seu destino seguram-se um ao outro, evocam-se e criam-se mutuamente. Não é verdade que o destino entre cego na nossa vida, não. O destino entra pela porta que nós mesmo abrimos, convidando-o a passar. Não há nenhum ser humano que seja bastante forte e inteligente para desviar com palavras ou com ações o destino fatal que advém, segundo leis irrevogáveis, da sua natureza, do seu caráter.

Sándor Márai

*

Lula e Collor, Finalmente Juntos

José Lemos*
Eu e o meu irmão, únicos da prole comum dos nossos pais, recebemos ensinamentos sólidos que nos conduziram pela vida. Dona Amélia, a nossa mãe, era uma mulher de nenhuma posse, aparência frágil, sem instrução formal, nascida e criada no bairro do Ponte em Caxias, Maranhão. Ali, com duas mães de criação egressas do Ceará, tangidas por uma das graves secas, aprendeu fundamentos religiosos e domésticos que a fariam uma mulher de grande dignidade e a verdadeira fortaleza moral da nossa pequena e humilde família.
Católica praticante, a nossa mãe nos conduziu com fundamentos de respeito ao próximo, distanciamento de tudo que não se soubesse a origem. Quando crianças, não nos era permitido “achar” qualquer bem material. Uma vez “achado” tínhamos que devolver ao local onde o havíamos encontrado. Com essa simples e prática orientação aprendemos ainda cedo que somente poderíamos ter conquistas vindas do nosso trabalho.
Trabalho que iniciamos ainda na fase tenra da vida, e isso não nos impediu de, ancorados nos ensinamentos que aquela mulher nos deu, construir um futuro e dar um salto qualitativo nas nossas vidas. Sempre que tínhamos qualquer desvio de conduta, a correção vinha com palmadas desferidas com as mãos, ou mesmo com um pequeno pedaço de “sola” de couro que mantinha em casa para essas eventualidades. Trabalhar enquanto criança, para ajudar no parco orçamento familiar, não nos criou problemas. Assim como não causaram “traumas” as “correções” que eram feitas com aquele pequeno pedaço de “sola”.
Jamais imaginaríamos, por aquela época, que atos assim seriam “criminalizados” no Brasil, enquanto lesar o patrimônio público, enriquecer sem trabalhar, ser honorável bandido, iriam passar “desapercebidos”, desde que praticados por figurões que tenham proximidade de quem tem poder. Não havia duas categorias de cidadão explicitadas pelo próprio Presidente da República. Os “comuns” que cumprem as leis, trabalham arduamente, controlam o orçamento para caber em cada mês. Mas também têm os “incomuns” para os quais a legislação do País não se aplica. Podem acumular riqueza sem jamais terem demonstrado capacidade empresarial, ou sem trabalhar, ou sem ter talento reconhecido em qualquer setor. Enriquecem à custa dos cofres públicos. Fazem malabarismos incríveis para estarem sempre por perto de poderosos. Quando são distanciados pela vontade popular, sempre aparecerão corpos de jurados ancorados em “fartos argumentos”, para lhes devolverem a condição que os meios democráticos haviam-lhes negado.
A minha mãe foi testemunha ocular e sofreu muito quando por ocasião da primeira eleição para Presidente da República em 1989 eu mergulhei de corpo e alma na campanha para levar para o poder um operário. Eu e milhões de brasileiros avaliávamos que mais do que eleger um homem com uma historia parecida com a de tantos brasileiros, o importante era não deixar que um aventureiro tomasse de assalto o poder. Sem trocadilhos.
Na época, a situação do candidato operário era menos confortável, de um ponto de vista financeiro, do que hoje, em que transformou-se num homem rico de um partido idem. Por isso, nós, militantes de todas as posses, financiamos parte da campanha comprando bandeiras, camisas, símbolos, adesivos, todo o material de propaganda. Contribuímos com informações na elaboração do programa de Governo. Na época a campanha se acirrou, ficou maniqueísta. Ou se era o “Bem” ou se era o “Mau”. O “Bem” significava estar do lado do candidato operário. O “Mau” significava estar do lado do candidato que era acusado de aventureiro pelo próprio adversário. O mesmo maniqueísmo de agora.
Perder aquela eleição foi um sofrimento muito grande para mim. Coloquei bandeira preta no meu carro. A minha mãe acompanhava o meu sofrimento e sempre dizia, na sua sabedoria, que todos eram iguais e que um dia estariam juntos.
Decorridos apenas 21 anos, os “inimigos” de 1989 estão bem juntinhos. O slogan da campanha de Collor para o Governo de Alagoas é uma pérola de criatividade: “Dilma apóia Collor, que é amigo de Lula, que apóia Collor e inventou Dilma”. Lindo!
Lula conquistou parte da minha simpatia e de tantos outros fazendo denuncias contundentes ao então Presidente da “Nova Republica”, cuja filha se auto-credenciou como a “Musa do Impeachment de Collor”. Hoje estão todos juntos, felizes e apoiando-se mutuamente. A vontade de se perpetuarem no poder os aproximou, os faz merecerem-se e lhes retira as diferenças. Se é que algum dia elas existiram. Acreditam, e tem razão, na falta de memória dos brasileiros. Tentam nos convencer que eles agora são o “Bem” e os outros são o “Mau”. Como fizeram em 1989 e eu, mais tantos outros, acreditamos.
Mamãe morreu em 1994 e não viu concretizar-se o que a sua sabedoria, sem escolaridade, profetizou e a minha ignorância, com escolaridade, não foi capaz de captar.

*Professor Associado na UFC.


*

Exemplo

As multidões têm uma só lei: o exemplo dos que governam.

Jean Massilon

*

Homem

Um homem não é grande pelo que faz, mas pelo que renuncia.

Albert Schweitzer

*

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Cultura

O homem nasce bárbaro e só deixa a condição primitiva cultuando-se. É a cultura que nos torna de fato humanos. Graças a ela, a Grécia chamou o resto do mundo de bárbaro. Nada é mais grosseiro que a ignorância e não cultivar mais que o saber. Entretanto, a própria cultura sem refinamento, é fosca. Não devemos apenas aperfeiçoar a inteligência, mas também a vontade e, principalmente, a arte de conversar. Algumas pessoas são naturalmente refinadas, por dentro e por fora, em idéias e palavras, em graças físicas, que são como a casca; e qualidades espirituais, que são o fruto. Outras, ao contrário, são tão rudes que até as boas qualidades são ofuscadas por uma intolerável e bárbara falta de refinamento.

Baltasar Gracian

*

Perguntar

A arte de interrogar não é tão fácil como se pensa. É mais arte de mestre que de discípulo. É preciso ter aprendido muitas coisas para saber perguntar o que não se sabe.

Jean Jacques Rousseau

*

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Virtude

Conheceis as seis virtudes e os seis defeitos nos quais pode cair aquele que quer praticar as seis virtudes sem conhecê-las bem? O defeito daquele que quer ser benfeitor e não quis aprender a sê-lo, é a falta de discernimento; o defeito daquele que ama a ciência e não ama o estudo, é o de cair em erro; o defeito daquele que gosta de cumprir promessas e não aprendeu a fazê-las, é prejudicar os outros, prometendo-lhes e dando-lhes coisas nocivas; o defeito daquele que ama a franqueza e não aprendeu a praticá-la é o de aconselhar a repreender muito livremente sem nenhuma consideração para com as pessoas; o defeito daquele que gosta de mostrar coragem e não aprendeu a saber doseá-la é perturbar a ordem; o defeito daquele que ama a firmeza de alma e não aprendeu a limitá-la é a temeridade.

Confúcio

*

Homem

O homem é visivelmente feito para pensar. Aí reside toda a sua dignidade e todo o seu mérito, e todo o seu dever é pensar com acerto. Porque a ordem do seu pensamento é começar por si, pelo seu autor e pelo seu fim. Ora em que pensa o mundo? Nunca nessas coisas; mas em dançar, em tocar alaúde, em cantar, em fazer versos, em jogar ao anel, etc., em combater, em chegar a rei, sem pensar no que é ser rei e no que é ser homem.

Blaise Pascal

*

Erudição

Faça do convívio amigável uma escola de erudição, e da conversa um meio de aprendizado. Faça dos amigos seus professores e una o útil - o aprendizado - ao agradável - a troca de idéias. Alterne o ensinamento com a instrução. O que você diz será recompensado com aplausos; o que ouve, com aprendizado. O que nos leva aos outros é a nossa própria conveniência e aqui se trata de uma conveniência enobrecida. Os cautelosos freqüentam as casas de homens renomados, que, mais do que palavras de futilidade, são teatros de grandeza. Alguns se celebrizam pelos conhecimentos e bom-senso, pelo modo de agir são os oráculos da sabedoria. Aqueles que os acompanham formam uma refinada academia de discrição e bom-senso.

Baltasar Gracian

*

A PARADIPLOMACIA FINANCEIRA NO CEARÁ, 1990-2009:

A PARADIPLOMACIA FINANCEIRA NO CEARÁ, 1990-2009:
RESULTADOS E LIMITAÇÕES
(*) José Nelson Bessa Maia

Após décadas de atraso e estagnação, o Ceará começou a mudar a partir do choque fiscal de 1987 e da manutenção da responsabilidade fiscal como premissa da gestão pública. Por meio de vários governos estaduais austeros e pró-ativos, o Ceará passou a investir no seu próprio desenvolvimento e tornou-se um modelo para entes subnacionais no Brasil e noutros países em desenvolvimento, fato reconhecido pela imprensa (revista The Economist) e universidades estrangeiras (MIT) e por organismos internacionais como o Banco Mundial e o BID.

A perseverança na austeridade fiscal reduziu os gastos de pessoal no total das despesas do Estado, liberando recursos orçamentários para aplicar em investimentos e pagar pontualmente o serviço da dívida (ainda em níveis modestos em relação ao total das receitas). Assim, a geração de superávits primários (receitas menos despesas correntes exclusive juros da dívida) e a capacidade de gestão em projetos formaram as bases para estabelecer a credibilidade do Estado em níveis que lhe deram acesso a abundantes recursos externos para financiar a formação bruta de capital fixo, a única garantia do crescimento sustentado da renda e do emprego.

O sucesso alcançado pela reforma do Estado no Ceará levou a uma sólida paradiplomacia financeira, ou seja, a capacidade de iniciativa e autonomia de um governo subnacional em negociar diretamente a captação de créditos de médio e longo prazos ofertados por fontes oficiais internacionais e/ou governamentais estrangeiras, a exemplo do Banco Mundial e BID e de agências bilaterais da Alemanha (KfW) e do Japão (JBIC/JICA), com vistas a reforçar o financiamento de investimentos em infraestrutura física e social.

De fato, segundo dados da Secretaria de Assuntos Internacionais (SEAIN), do Ministério do Planejamento (MPOG), elaborados pelo autor deste artigo, de 1990 a 2009, o Ceará contratou diretamente (com aval da União) 25 operações de crédito externo no valor total de US$ 2,0 bilhões (ou 9,5% do total dos Estados brasileiros), aportando mais US$ 1,21 bilhão em contrapartida local. Com isso consolidou-se como o terceiro maior Estado da federação na captação de empréstimos externos, só perdendo para São Paulo (37 operações de crédito e US$ 5,78 bilhões captados), quase empatando com Minas Gerais (14 operações e US$ 2,04 bilhões), e deixando para trás o Estado da Bahia (21 operações e US$ 1865,8 milhões captados). Sem dúvida esse resultado impressiona para uma unidade federativa que responde apenas por 1,93% do PIB nacional (conforme o IBGE, 2007).

Dos US$ 2,0 bilhões de empréstimos captados pelo Governo cearense nos últimos 20 anos, os três governos de Tasso Jereissati contrataram 11 operações, totalizando o aporte de US$ 656,14 milhões ou 33% do total. A gestão Ciro Gomes tomou três operações e US$ 339,2 milhões (16,9% do total), ao passo que a gestão Lúcio Alcântara contratou quatro operações e US$ 295,3 milhões (14,8% do total). A atual gestão Cid Gomes, aproveitando-se do processo de preparação de projetos de financiamento externo que vinha do governo anterior (o chamado pipeline no jargão dos organismos internacionais), conseguiu em três anos e meio contratar sete operações de crédito e US$ 710,6 milhões (35,5% do total), os quais deverão ser gastos ao longo dos próximos quatro anos.

Em que pese à contratação de tantos recursos externos pela atual gestão de governo no Ceará e da situação fiscal confortável do Estado, parece aos analistas que observam o Ceará de fora, que a economia cearense se encontra em certa fadiga, quase parando. Após duas décadas de bem-sucedida estratégia de modernização e progresso material e social, o Ceará regride a formas pretéritas de atuação à espera das iniciativas do Governo Federal. Urge, portanto, aos cearenses rever esse estado de aparente apatia e buscar uma liderança política que retome a estratégia própria de desenvolvimento, inclusive com ênfase na internacionalização de sua economia, interrompida desde 2007, pelo injustificado desmantelamento de seu aparato de paradiplomacia comercial.

A paradiplomacia financeira por si mesma não basta. Ela deve vir complementada com a promoção agressiva das exportações e do turismo estrangeiro, a atração de investimentos diretos externos e o melhor aproveitamento da posição geográfica estratégica do Ceará nas rotas entre a Europa, a América Latina e a África. Muda de novo Ceará !

(*) José Nelson Bessa Maia é economista, mestre em Economia pela Universidade de Brasília (UnB), ex-assessor internacional do Governo do Ceará (1995-2006) e doutorando de relações internacionais na UnB. E-mail: nbessa@unb.br.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Virtude

A virtude tem alguma coisa rude e agreste que a faz desagradável sem o polimento que lhe dá a civilidade.

Marquês de Maricá

*

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Homens

Os homens são como os vinhos: a idade azeda os maus e apura os bons.

Cícero


*

Sonhos

Sonhos! Sempre sonhos! e quanto mais ambiciosa e fina é a alma, tanto mais os sonhos a afastam do possível. Cada um traz em si sua dose de ópio natural, constantemente segregada e renovada. E do nascimento à morte, quantas horas podemos contar preenchidas pelo verdadeiro prazer, pela ação feliz e resoluta?

Charles Baudelaire

*

Pessoas

Há dois tipos de pessoas: as que fazem as coisas e as que ficam com os louros. Procure ficar no primeiro grupo: há menos competição lá.

Indira Gandhi

*

Mundo

Mude seus pensamentos e você mudará o seu mundo.

Norman Vincent Peale

*

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Educação

A educação prolonga-se por toda a vida. Defino-a da seguinte maneira: a maturação da nossa alma e do nosso espírito graças aos nossos cuidados e às circunstâncias exteriores. Do convívio com pessoas más ou com pessoas respeitáveis é que resulta a má ou boa educação de toda a vida. O espírito fortifica-se no convívio com os espíritos retos; sucede o mesmo com a alma. Endurece-se no convívio com pessoas duras e frias.

Eugène Delacroix

*

Luz

A mente de um fanático é como a pupila do olho: quanto mais luz incide sobre ela, mais se irá contrair


Oliver Wendel Holmes


*

Homem

O êxito tem levado muitos homens ao fracasso.

C Adams

*

Trabalho

Deixa triunfar à vontade aqueles que praticaram verdadeiras proezas e merecem uma glória autêntica, sem reivindicares uma parte dos louvores: essa glória resplandecerá tanto melhor sobre ti se a ela se juntar a de te teres mostrado acima da inveja. Atribui a outrém os teus êxitos. Por exemplo, a uma pessoa experiente que te tenha ajudado com a sua previdência e as suas opiniões prudentes.
Disfarça o orgulho pelos teus êxitos, não modifiques a maneira como falas ou como te vestes, nem os teus hábtios à mesa. Ou pelo menos, se alguma coisa tiveres de modificar nestes domínios, que seja por uma boa razão que todos compreendam. Se trinufares sobre um adversário, não cedas à tentação de o insultar excessivamente. Não troces dos teus rivais, evita provocá-los e, sempre que saíres vencedor, contenta-te com o prazer da vitória sem te glorificares em palavras ou ações.

Cardeal Jules Mazarin
*

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Agradar

Muitas vezes agradamos mais pelos nossos defeitos do que pelas nossas virtudes.

La Rochefoucauld

*

Acorde

Vemos homens que o vento da sorte impele a plenas velas; num momento perdem de vista a terra e ganham o pleno mar. Tudo lhes sorri, tudo é sucesso. Ação, obras, tudo é acumulado de elogios e felicitados. Mas há um rochedo imóvel, próximo da praia, onde as ondas quebram contra ele, o poder, a riqueza, a violência, a bajulação, a autoridade, os favores, todos os ventos os abalam - é o público contra quem ele, ao bater, naufraga.

Jean de La Bruyére


*

Sabedoria

As pessoas tendem a invejar a beleza, a riqueza, o poder, a influência, as realizações dos outros, mas ninguém inveja a sabedoria de outrem. Isso fala horrores sobre o conceito do ser humano sobre si mesmo. uma combinação de vaidade arrogância.

Lou Marinoff

*

Coração de prata

Envolvo a prata o meu coração,
Embrulho-o ao cuidado
De gotas adormecidas
Para varrerem minha transição.

Alterno meus efeitos,
Sem substituir minhas causas.

Sou pintado com desenhos infantis
Com cores leves e grandes fontes,

- Quebro uma janela:
Uma qualquer, mas
Que me liga à humanidade.
- Quebro-a.

Formato minhas idéias,
Copio minha regência
E abro minha ausência
-ao passo de minha inexistência.

Ponho-me por completo
No meu coração:
Encarnando a face
À prata que o envolve.


Demartone Oliveira

*

domingo, 11 de julho de 2010

Educação

Para conceber uma perfeição é mister possuir certo nível ético e é indispensável alguma educação intelectual. Sem isso, podem-se ter fanatismos e superstições - ideais nunca. Os que vivem abaixo desse nível e não adquirem essa educação, permanecem sujeitos a dogmas que os outros lhes impõem, escravos de fórmulas paralisadas pela ferrugem do tempo.. Suas rotinas e seus preconceitos parecem-lhe eternamente invariáveis; sua obtusa imaginação não concebe perfeições passadas nem vindouras; o estreito horizonte de sua experiência constitui o limite obrigatório de sua mente. Não podem formar um ideal. Encontrarão nos alheios, uma chispa capaz de incendiar as paixões, serão sectários, podem sê-los. E não advertirão, sequer, a ironia dos que os convidam a se arrebanharem, em nome de ideais que podem servir, mas não compreendem. Todo sonho, seguido pelas multidões é pensado apenas por poucos visionários, que são seus amos.

José Ingenieros

*

Orgulho

Os infinitamente pequenos têm um orgulho infinitamente grande.

Voltaire

*

sábado, 10 de julho de 2010

Sentimento

Nossa cabeça está repleta de idéias ilusórias e regras convencionais que têm nos aprisionado em obrigações que nos limitam e paralisam. Já a alma não. Ela tem a sensibilidade espiritual natural que preserva nosso equilíbrio e bem-estar. Se seguirmos nossa alma, encontraremos o melhor caminho. É ela que sente e reage. Se prestarmos atenção a ela, perceberemos que há coisas que abrem nosso coração e nos deixam de bem com a vida e há outras que provocam aperto dentro do peito e nos incomodam. É assim que nossa alma fala conosco. Mas o que dificulta é que nos habituamos a valorizar o racional em detrimento dos sentimentos. A idéia de que somos maus, de que precisamos domar nossa fera interior e manter controle para não fazermos muitas besteiras, generalizou-se. Tememos que, se seguirmos os impulsos do coração e liberarmos nossos sentimentos, acabaremos fazendo coisas ruins. Para conquistar a admiração dos outros e sermos aceitos, entramos nas regras, sepultamos nossos sentimentos, enterramos nossos talentos e nos tornamos meros atores representando papéis de conveniência. Isso cria infelicidade, aquele vazio no peito, a depressão, o tédio. É isso que nos impede de ouvir os verdadeiros sentimentos, de abrir nossa intuição e valorizar nosso espírito.

Zibia Gaspareto
*

Mente

Uma mente tranquila não se deixa estremecer por perdas ou ganhos, críticas ou elogios, e não se deixa perturbar pela adversidade. Ela é conquistada quando se enxerga o mundo sob uma perspectiva correta. Assim, a serenidade conduz o homem à iluminação e à libertação do sofrimento.

Pyidassi Thera

*

Simples

É prova de cultura dizer as coisas profundas de modo mais simples.

Ralph Emerson

*

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Duvidar

Duvidar de tudo ou crer em tudo são duas soluções igualmente cômodas, que nos dispensam, ambas, de refletir.

Jules Poincaré

*

Apoiar

Não confies nem te apóies em galho oco.

Tomás de Kempis

*

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Agradecer

Vamos agradecer aos idiotas. Não fosse por eles muitos não fariam tanto sucesso !.

Mark Twain


*

Falar

A distinção no falar é mais importante que a eloqüência.

Baltasar Gracian
*

Querer

Se você pensa que é um derrotado,
você será derrotado.
Se não pensar quero a qualquer custo!
Não conseguirá nada.
Mesmo que você queira vencer,
mas pensa que não vai conseguir,
a vitória não sorrirá para você.

Se você fizer as coisas pela metade,
você será fracassado.
Nós descobrimos neste mundo
que o sucesso começa pela intenção da gente
e tudo se determina pelo nosso espírito.

Se você pensa que é um malogrado,
você se torna como tal.
Se almeja atingir uma posição mais elevada,
deve, antes de obter a vitória,
dotar-se da convicção de que
conseguirá infalivelmente.

A luta pela vida nem sempre é vantajosa
aos fortes nem aos espertos.
Mais cedo ou mais tarde, quem cativa a vitória
é aquele que crê plenamente
Eu conseguirei!

Napoleon Hill

*

Vida

Nossa grande e gloriosa obra-prima é viver apropriadamente.

Michel de Montaigne

*

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Homem

O homem aceitou o conflito como parte da existência diária, porque aceitou a competição, o ciúme, a avidez, a ganância, a agressão, como forma natural da vida.

Jiddu Krishnamurti


*

Aflito

Se estás aflito por alguma coisa externa não é ela que te perturba, mas o juízo que fazes dela. E está em teu poder dissipar esse juízo. Mas se a dor provém da tua disposição interior, quem te impede de a corrigir? E se sofres, particularmente, por não estares a fazer algo que te parece certo, por que não sai, em vez de te lamentares? Um obstáculo impossível te impede? Não te afliges, então, pois a causa de não o estares a fazer não depende de ti. Não vale a pena viver se não o podes fazer? Parte, então desta vida satisfeito, como partirias se tivesses logrado êxito no que pretendia fazer, mas sem cólera contra o que te opôs.

Marco Aurélio

*

Sabedoria

Crescer em sabedoria é ver aumentada a fome de aprender e aprimorando sempre mais o sabor intelectual.

Dom Élder Câmara

*

Cuidado ao escolher

A primeira impressão que se tem de um governante, e da sua inteligência, é dada pelos homens que o cercam. Quando são competentes e leais, pode-se sempre considerar o governante sábio, pois foi capaz de reconhecer a capacidade de manter a fidelidade. Mas quando a situação é oposta, pode-se sempre fazer dele um mau juízo, porque seu primeiro erro terá sido a escolha desses amigos.

Maquiavel

*

Coração

Tudo o que já procurei fazer na vida, procurei com todo o coração fazer bem.

Charles Dickens

*

terça-feira, 6 de julho de 2010

Viver

Nossa grande e gloriosa obra-prima é viver apropriadamente.

Michel de Montaigne

*

Felicidade

Caso se construísse a casa da felicidade, seu maior cômodo seria a sala de espera.

Jules Renard

*

Dever

Seja o motivo de tuas ações e dos teus pensamentos sempre o cumprimento do dever, e faze as tuas obras sem procurar recompensas, sem procurares com o teu sucesso ou insucesso, com teu ganho ou prejuízo pessoal. Não caias, porém, em ociosidade e inação, como acontece geralmente aos que perderam a ilusão de esperar uma recompensa de suas ações.

Sabedoria indiana

*

Vida

Influenciar uma pessoa é dar-lhe a nossa própria alma. O indivíduo deixa de pensar com os seus próprios pensamentos ou de arder com as suas próprias paixões. As suas virtudes não lhe são naturais. Os seus pecados, se é que existe tal coisa, são tomados de empréstimo. Torna-se o eco de uma música alheia, o ator de um papel que não foi escrito para ele. O objetivo da vida é o desenvolvimento próprio, a total percepção da própria natureza, é para isso que cada um de nós vem ao mundo. Hoje em dia as pessoas têm medo de si próprias. Esqueceram o maior de todos os deveres, o dever para consigo mesmos. É verdade que são caridosas. Alimentam os esfomeados e vestem os pobres. Mas as suas próprias almas morrem de fome e estão nuas. A coragem desapareceu da nossa raça e se calhar nunca a tivemos realmente. O temor à sociedade, que é a base da moral, e o temor a Deus, que é o segredo da religião, são as duas coisas que nos governam.

Oscar Wilde

*

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Faculdade de juízo

A grande turba tem olhos e ouvidos, mas não muito mais. Tem sobretudo pouca faculdade de juízo e memória curta. Muitos méritos permanecem fora da sua esfera de compreensão, outras elas entendem e aclamam quando de sua aparição, para logo esquecer.

Schopenhauer

*

Sabedoria

Não seja vulgar em nada, principalmente no gosto. Que grande sábio aquele que não gosta das coisas que agradam a muitos! O aplauso popular em profusão não satisfaz os discretos. Alguns são como camaleões da popularidade pois seu prazer não está nas suavíssimas brisas, mas na respiração das multidões. Não seja vulgar no entretenimento nem aprecie milagres da plebe, porque os ignorantes ficam impressionados com qualquer coisa. A multidão admira a tolice e rejeita o sábio conselho.

Baltasar Gracian

*

Vida

Quando chegar o dia do juízo final, não nos será perguntado o que temos, mas o que fizemos.

Tomás de Kempis


*

domingo, 4 de julho de 2010

Sozinho

Prepara-te, pois terás de seguir sozinho. O mestre só faz apontar a direção.

Sabedoria chinesa

*

Felicidade

A felicidade é um estado de espírito. Se a sua mente ainda estiver num estado de confusão e agitação, os bens materiais não lhe proporciona tão felicidade. Felicidade significa paz de espírito.

Dalal Lama

*

sábado, 3 de julho de 2010

Falar

Assola o país uma pulsão coloquial que põe toda a gente em estado frenético de tagarelice, numa multiplicação ansiosa de duos, trios, ensembles, coros. Fervem rumorejos, conversas, vozeios, brados que abafam e escamoteiam a paciência de alguns, os vagares de muitos e o bom senso de todos. O falatório é causa de inúmeros despautérios, frouxas produtividades e más-criações. Fala-se, fala-se, fala-se, em todos os sotaques, em todos os tons e décibeis, em todos os azimutes. O país fala, fala, desunha-se a falar, e pouco do que diz tem o menor interesse. O país não tem nada a dizer, a ensinar, a comunicar. O país quer é aturdir-se. E a tagarelice é o meio de aturdimento mais à mão. Celulares Soturna apoquentação! Um país tagarela tem, de um momento para o outro, milhões de íncolas a querer saber onde é que os outros param, e a transmitir pensamentos à distância.
Afortunados ventos que batem todas as altitudes e pontos cardeais e levam as mais das palavras, às vezes frases inteiras, parágrafos, grosas deleas, para as afogar no mar, embeber nos lameiros de Espanha, gelar nos confins da Sibéria, perder nas imensidades do éter. É um favor de Deus único e verdadeiro. O país pereceria num sufoco, aflito de rouquidões, atafulhado de vocábulos, envenenado de sandices
Providência caridosa lhos não disseminasse por desatinadas paragens.
Mário de Carvalho
*

Inteligência

É grande miséria não ter bastante inteligência para falar bem, nem bastante juízo para se calar. Eis o princípio de toda a impertinência. Dizer de uma coisa, modestamente, que é boa ou que é má, e as razões por que assim é, requer bom senso e expressão; é um problema. É mais cômodo pronunciar, em tom decisivo, não importa se prova aquilo que afirma, que ela é execrável ou que é miraculosa.

Jean de La Bruyère
*

Superficial

Mesmo um exame superficial da história revela que nós, seres humanos, temos uma triste tendência para cometer os mesmos erros repetidas vezes. Temos medo dos desconhecidos ou de qualquer pessoa que seja um pouco diferente de nós. Quando ficamos assustados, começamos a ser agressivos para as pessoas que nos rodeiam. Temos botões de fácil acesso que, quando carregamos neles, libertam emoções poderosas. Podemos ser manipulados até extremos de insensatez por políticos espertos. Dêem-nos o tipo de chefe certo e, tal como o mais sugestionável paciente do terapeuta pela hipnose, faremos de bom grado quase tudo o que ele quer - mesmo coisas que sabemos serem erradas.
Carl Sagan
*

Melhor

Melhor não errar nenhuma vez do que acertar cem vezes. Ninguém olha para o sol quando ele brilha, mas todos o fazem quando ocorre o eclipse. Os acertos, por mais numerosos que sejam, não atraem a atenção que um único fracasso consegue atrair. Os perversos são mais conhecidos pelas críticas do que os bons pelos elogios. Muitos homens se tornaram conhecidos depois de fazer algo errado ou condenável e todas as suas vitórias positivas não são suficientes para amenizar um único deslize. Esteja certo de que a malevolência notará todos os seus defeitos e nenhuma de suas virtudes. ~

Baltasar Gracian
*

Apercebo-me

Apercebo-me dos meus erros, mas não os corrijo. Isso só confirma que podemos ver o nosso destino, mas somos incapazes de o mudar. Apercebermo-nos dos erros é reconhecer o destino, e a nossa incapacidade para os corrigirmos é a força do destino. Apercebermo-nos dos erros é um castigo pesado. Seria muito mais fácil considerarmo-nos bons e culparmos os outros todos, encontrando consolação na ilusão da vitória sobre o destino. Mas mesmo essa felicidade não me é dada.
Alexander Puschkine
*

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Coração

A paz do coração é o paraíso dos homens.

Platão

*

Há Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector

*

A vida

Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram...
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida...
E lembra-te: Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.

Fernando Pessoa

*

Valoriza

Valoriza e não despreze o pequeno abrigo que te oferece tua alma e, acima de tudo, não te agites, não te retezes, mas sê livre, tranquilo e tudo encare virilmente, como um cidadão, como um homem. como mortal. Dentre as verdades que ocupam tuas meditações, inclua estas duas: uma, que as coisas que vos atingem a alma, permanecem imobilizadas e fora desta, cuja perturbação provém unicamente da opinião interior que de tais objetos formam; a outra, que tudo o que vês logo se transformarão se deixar de existir. Lembre-se de quantas transformações tu mesmo já assististe. O mundo é transformação e a vida - ideias.

Marco Aurélio

*

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Boas ações

É melhor não fazer nada do que fazer a coisa errada, porque a má ação traz sofrimento atroz. Fazei, portanto, o que está certo, porque as boas ações nunca trazem dor.

Buda

*

Vida

O sábio, lorde, potentado, rei, conquistador,
A sorte os humilha
Por que toda essa faina por triunfo de uma hora?
Que importa o que fizemos de riqueza ao conquistar essa fama?
A mais alta posição da terra termina em "aqui jaz"!
E do pó ao pó, conclui sua mais nobre canção.

Edgard Young

*

Pessoas

As pessoas fazem exigências aos nomes que se tornam conhecidos de forma singular, não há diferença entre uma criança prodígio, um compositor, um poeta, um assassino. Há um que quer ter o seu retrato, o outro o seu autógrafo, um terceiro pede dinheiro, todos os colegas mais novos mandam os seus trabalhos com muitas lisonjas e pedem uma apreciação, e tanto faz não dar resposta como expressar a sua opinião, de repente aquele que venerava fica furioso, torna-se cruel e quer vingança. As revistas querem publicar o retrato do homem, os jornais contam a sua vida, as suas origens, falam do seu aspecto. Colegas de escola fazem-se conhecidos, e parentes distantes queriam já há anos dizer que o primo havia de ser famoso.

Hermann Hesse

*

Merecimento

No mundo sempre correu igual risco a boa como a má opinião, e na opinião de muitos, mais arriscada foi sempre a boa que a má fama; porque as grandes prendas são muito ruidosas, e muitas vezes foi reclamo para o perigo mais certo o mais estrondoso ruído. O impertinente canto de uma cigarra nunca motivou atenções ao curioso caçador das aves. A melodia, sim, do rouxinol, que este sempre despertou o cuidado ao caçador, para lhe aparelhar o laço. A primeira coisa que se esconde dos caçadores com instinto natural, suposta a história por verdadeira, que muitos têm por fabulosa, é o carbúnculo, aquele diamante de luz, que lhe comunicou a natureza, como quem conhece que, em seu maior luzir, está o seu maior perigar. O ruído que faz a grande fama também faz com que o grande seja de todos roído, quando nas asas da fama se vê mais sublimado. Quem em as asas da fama voa também padece; porque não há asas sem penas, ainda que estas sejam as plumagens, com que o benemérito se adorna. Só aos mortos costumamos dizer se fazem honras, e será porque, a não acabarem as honras com a morte, a ninguém consentiria aplausos o mundo, e menos a inveja. O merecimento sempre foi mal visto dos invejosos; são os olhos da inveja os que dão quebranto às ações generosas, que, como de cristal, parece que estalam ao lume dos mesmos olhos que as vêem. Muito diferentes visos fazem as ações generosas aos olhos da inveja, conforme a luz a que se opõe, e logo se vêem com agrados ou com defeitos. O mais excelente quadro posto a uma luz, logo mostra borrões, e visto a melhor luz, logo descobre pinturas. Uns mesmos rasgos a uma luz, são descrédito da ideia, e a outra são suspensão da arte. As obras de um herói, postas a uma luz escura da razão e da vontade, são borrões que ofendem; à melhor luz do entendimento, são primores que admiram.

Padre Antônio Vieira

*

Alegria

A flor respondeu: "Bobo! Achas que abro minhas pétalas para que as vejam? Não faço isso para os outros, é para mim mesma, porque gosto! Minha alegria consiste em desabrochar!

Schopenhauer

*

Alma

A alma sabe que as verdadeiras riquezas não se encontram onde nós as amontoamos: é a alma que nós devemos encher, não o cofre! Àquela devemos nós conceder o domínio sobre tudo, atribuir a posse da natureza inteira de modo a que os seus limites coincidam com o oriente e o ocaso, a que a alma, identicamente aos deuses, tudo possua, olhando soberanamente do alto os ricos e as suas riquezas - esses ricos a quem menos alegria proporciona o que têm do que tristeza lhes dá o que aos outros pertence! Quando se eleva a tais alturas, a alma passa a cuidar do corpo (esse mal necessário!), não como amigo fiel, mas apenas como tutor, sem se submeter à vontade de quem está sob sua tutela.

Sêneca

*

Coração

A maior capacidade que a natureza criou foi a do coração.

Padre Antonio Vieira

*

Vida

Os ambiciosos, que não se contentam com o benefício da vida e da beleza do mundo, sofrem como castigo, o desperdício da vida e a impossibilidade de posse da utilidade e beleza do mundo.

Leonardo da Vinci

*

Grande

Nada de grande jamais foi realizado sem grandes homens, e os homens grandes serão grandes se estiverem determinados.

Charles De Gaulle


*

Outros

O "eu" é detestável, mas se trata daquele dos outros !.

Paul Valery

*