segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Demasiado

Nada é bastante ao homem para quem tudo é demasiado pouco.

Epicuro


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Influenciar

Que bom que não me deixo influenciar.


Ludwig Wittgenstein


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Antigas

A dificuldade não está em ter novas ideias, mas em abandonar as antigas.


John Maynard Keynes


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Vida

A capacidade para suportar uma vida mais ou menos monótona deve ser adquirida desde a infância. A este respeito, os pais modernos são bastante censuráveis; proporcionam aos filhos demasiados prazeres passivos, tais como espetáculos e guloseimas, e não compreendem a importância que tem para uma criança um dia ser igual a outro dia, exceto, é claro, nalgumas raras ocasiões. Em geral, os prazeres da infância deveriam ser aqueles que a própria criança descobrisse no seu ambiente por meio de algum esforço e imaginação. Os prazeres que excitam e ao mesmo tempo não implicam qualquer exercício físico, o teatro por exemplo, só lhes seriam facultados muito raramente. A excitação é da mesma natureza dos narcóticos que cada vez se tornam mais exigentes, e a passividade física durante a excitação é contrária ao instinto. Uma criança desenvolve-se melhor quando, tal como uma jovem planta, a deixam tranquila no mesmo solo. Demasiadas viagens, demasiadas variedades de impressões, não são boas para as crianças e tornam-nas mais tarde, quando forem crescidas, incapazes de suportar uma monotonia fecunda. Não quero dizer que a monotonia tenha algum mérito em si mesma; quero somente afirmar que algumas coisas boas não são possíveis senão quando há um certo grau de monotonia.


Bertrand Russell

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domingo, 27 de fevereiro de 2011

Palavras

As coisas não mudam com palavras.


Vasco Valente


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Amigos

Na prosperidade nossos amigos nos conhecem, mas na adversidade somos nós que os conhecemos.

Churton Collins

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É na humildade que reside o poder. Os humildes são como a pedra: está no chão, mas é sólida. Os orgulhos são como a fumaça: é alta dissipa-se.


Santo Agostinho


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Tudo

Fazei tudo como se acreditásseis, isso vos fará crer.



Blaise Pascal


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quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Outros

Se os outros se observassem a si próprios atentamente como eu achar-se-iam, tal como eu, cheios de inanidade e tolice. Não posso livrar-me delas sem me livrar de mim mesmo. Estamos todos impregnados delas, mas os que têm consciência de tal saem-se, tanto quanto eu sei, um pouco melhor.
A ideia e a prática comuns de olhar para outros lados que não para nós mesmos de muito nos tem valido! Somos para nós mesmos objecto de descontentamento: em nós não vemos senão miséria e vaidade. Para não nos desanimar, a natureza muito a propósito nos orientou a visão para o exterior. Avançamos facilmente ao sabor da corrente, mas inverter a nossa marcha contra a corrente, rumo a nós próprios, é um penoso movimento: assim o mar se turva e remoinha quando em refluxo é impelido contra si mesmo. Cada qual diz: «Olhai os movimentos do céu, olhai para o público, olhai para a querela deste homem, para o puso daquele, para o testamento daquele outro; em suma, olhai sempre para cima ou para baixo, ou para o lado, ou para a frente, ou para trás de vós.» O mandamento que na antiguidade nos preceituava aquele deus de Delfos ia contra esta opinião comum: «Olhai para dentro de vós, conhecei-vos, atende-vos a vós mesmos, reconduzi a vós próprios o vosso espírito e a vossa vontade que se consomem noutras partes; vós vos esvaziais e desperdiçais; concentrai-vos em vós mesmos, refreai-vos; atraiçoam-vos, dissipam-vos e roubam-vos a vós mesmos. Não vês que este mundo tem as miradas todas crivadas no interior e os olhos abertos para se contemplar? No teu caso, tudo é vaidade, dentro e fora, mas é menor vaidade se for menos extensa. Salvo tu, ó Homem», dizia esse deus, «cada criatura primeiro se estuda a si própria e, de acordo com as suas necessidades, impõe limites aos seus trabalhos e desejos. Não há nenhuma criatura tão vã e tão necessitosa quanto tu, que abarcas o universo: és o escrutador sem conhecimento, o magistrado sem jurisdição e, no fim de contas, o parvo da farsa.

Michel de Montaigne


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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Alegria

Alegria é vida -Não se deixe dominar pela tristeza, nem se aflija com preocupações. Alegria do coração é vida para o homem, e a satisfação lhe prolonga a vida. Anime-se, console o coração e afaste a melancolia para longe. Pois a melancolia já arruinou muita gente, e não serve para nada. Inveja e ira encurtam os anos, e a preocupação faz envelhecer antes do tempo.


Eclesiastes



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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Viver

A primeira regra da arte de viver é saber agüentar o ódio alheio.


Sêneca



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Livro

O livro sendo o mesmo para todos, uns percebem dele muito, outros pouco, outros nada.


Padre Antônio Vieira


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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Idéia

Abra-se para novas idéias.


David Niven


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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ações

Nossas ações são as melhores interpretações dos nossos pensamentos.

John Lock

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Outros

Nada precisa tanto de reforma como os hábitos dos outros.



Mark Twain



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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Felicidade

A verdadeira felicidade é discreta por natureza e é inimiga da pompa e do barulho. Nasce, em primeiro lugar, de nossa capacidade de gozar a nossa própria companhia e, depois, a companhia de uns poucos amigos selecionados.


Joseph Joubert



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Sabedoria

Onde há muita sabedoria, há muito desgosto.

Eclesiastes, 1,18.



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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Vida

Quando fizeres o bem, evita a fama.
Quando fizeres o mal, evita as desgraças.
Toma como princípio seguir um curso médio.


Assim pouparás o corpo, preservarás a vida, cumprirá os deveres para com os teus e viverás a vida que foi determinada.


Sabedoria chinesa

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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Viver

É preciso viver com os pés na terra e a cabeça no céu. Isto é, ser realista sem perder o ideal. Aliás, um ideal - e não um idealismo - é uma meta concreta, possível, onde se pretende chegar. Por isso, a primeira coisa que a pessoa de ideais tem a fazer é conhecer muito bem a sua realidade. Só conhecendo e amando essa realidade, saberá fazê-la crescer e purificá-la do que não é ideal.


Padre Vasco de Magalhães


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Futuro

Não corra atrás do que passou, não se preocupe com o que está por vir. O passado já foi jogado fora, o futuro ainda não chegou. Simplesmente agarre o que está aqui e agora, sem vacilar, olhe para ele e o entenda. Faça o que deve ser feito hoje, com simplicidade e atenção. Ninguém sabe se a morte chegará amanhã, logo não há como escapar desse adversário. Realiza neste instante o que deve ser realizado.


Sabedoria budista


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sábado, 12 de fevereiro de 2011

Grande

Um homem não é grande pelo que ele faz, mas pelo que ele renuncia.


Albert Schwitzer



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Grandioso

Aqueles que seguem o que neles é grandioso são grandiosos; aqueles que seguem o que neles é insignificante, são insignificantes. À mente cabe o ofício de pensar. Pensando, ela obtém a visão correta das coisas; negligenciando o pensamento, ela fracassa nosso intento. Apegue-se o homem à superioridade da parte mais nobre de sua constituição e a parte inferior não será capaz de lhe tomar essa posição. É simplesmente isso que faz um homem grandioso.

Meng Tzu


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Talentos

Grandes talentos fazem homens de primeira grandeza. Uma qualidade excepcional supera uma abundância de mediocridades. Já houve quem quisesse que todas as suas coisas fossem grandes, incluindo os utensílios comuns. Os grandes devem lutar pelas qualidades espirituais elevadas; Em Deus tudo é infinito, imenso, e, portanto, num herói tudo deve ser grande e majestoso, de modo que seus atos e até suas palavras possam se revestir de majestade grandiosa e transcendente.


Baltasar Gracian


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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Necessidades

As necessidades do corpo são a justa medida do que cada um de nós deve possuir. Exemplo: o pé só exige um sapato à sua medida. Se assim considerares as coisas, respeitarás em tudo quanto faças as devidas proporções. Se ultrapassares estas proporções, serás, por tal maneira de agir, necessariamente desregrado como se um precipício te seduzisse. O sapato é exemplo ainda deste estado de coisas: se fores para além do que o teu pé necessita, não tardará muito que anseies por um sapato dourado, por um sapato de púrpura depois, finalmente por um sapato bordado. Uma vez que se menospreze a justa medida, deixa de haver qualquer limite que justos torne os nossos propósitos.



Epicteto


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Salvem as vogais

O que pode ser mais miserável do que uma pessoa faminta,
sem teto, sem futuro, sem saúde? Sabemos que não são
poucos os miseráveis do país, mas às vezes esquecemos da
quantidade também imensa de miseráveis que está em nossa
órbita, cuja barriga não está vazia, mas a cabeça, totalmente.

Acompanhei a transcrição dos chats que foram divulgados pela
imprensa, para que se saiba mais sobre o que aconteceu com
aquele rapaz que morreu num posto de gasolina, depois de uma
briga. Lula nem precisava levar os ministros para o Nordeste para
que eles conhecessem a pobreza extrema, bastaria que entrassem
numa sala de bate-papo virtual. Miséria psicológica também atola
um país.
Dependendo da escolha do assunto, é possível encontrar na
internet conversas que fazem sentido, com frases que têm começo,
meio e fim, mas na maioria das salas o que costuma rolar é um papo
furado da pior qualidade, com altos teores de vulgaridade e agressividade.
Um bando de seres abreviados, tal como escrevem. Um miserê de dar medo.
A fome de pão e leite tem que ser saciada com urgência, mas
nossa miséria é mais ampla e se manifesta de várias maneiras,
não só através da perda de peso e dos ossos aparecendo sob
a pele. Miséria é perda de discernimento. Perda de amor-próprio.
Perda de limites. Até perda de vogais: vc q tc cmg? Normal: códigos
de internautas. Mas me diz se não é o retrato da penúria?

Eu vejo miséria por todos os lados, em todos os andares dos edifícios,
dentro dos carros, fora deles, em portas de escolas e dentro delas, do
lado de fora da nossa casa ae também ali comodamente instalada,
miséria espiritual, miséria afetiva, miséria intelectual, indigências que
tornam o ser humano cada dia mais tosco e bruto. Eu sei que a vida
é assim mesmo, que os tempos são outros, que não adianta vir com
moralismo e com este papo de que a família tem que participar mais
da vida dos filhos, nada adianta, o rio vai seguir correndo para a mesma
direção. Eu sei. Mas não me conformo.

O alfabeto tem 21 consoantes, se contarmos o K, o Y e o W.
E apenas cinco vogais. Perdê-las é uma metáfora da miséria
humana. Cada dia abandonamos as poucas coisas em nós que
são abertas e pronunciáveis. Daqui a pouco vamos apenas rugir.
Grrrrrrr. E voltar para a caverna de onde todos viemos.


Martha Medeiros



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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Educador

Quatro coisas deve o educador ter sempre em mente: os seus conhecimentos, a sua conduta, a sua integridade e a sua lealdade.



Confúcio


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Homem

O homem acredita mais com os olhos do que com os ouvidos. Por isso longo é o caminho através de regras e normas; curto e eficaz através de exemplos.


Sêneca


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Comportamento

O comportamento é um espelho em que cada um vê a sua própria imagem.



Goethe



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Lentamente

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar,
morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoínho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida a fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente, quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante...
Morre lentamente, quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito

maior que o simples fato de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio pleno de felicidade.

Pablo Neruda


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Tempo

Seguiria sempre em frente
e iria jogando pelo caminho
a casca dourada e inútil das horas...Seguraria o amor que está a minha frente
e diria que eu o amo...E tem mais: não deixe de fazer
algo de que gosta
devido à falta de tempo.Não deixe de ter pessoas ao seu lado
por puro medo de ser feliz:
A única falta que sentirás
será a desse tempo, que infelizmente, jamais voltará.


Mário Quintana


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Felicidade

A felicidade é como um gato: se você tentar chamá-lo, ele evitará, não virá. Mas se você não prestar atenção à ele, continuando seus afazeres, você o encontrará se esfregando nas suas pernas e pulando ao seu colo.



Willian Bennett


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Onde

Onde havia sombra, agora o carvalho estende-se morto, nem se bate como os redemoinhos. As pessoas dizem: agora vejo, era grande mesmo! Pendem daqui e dali da coroa os pequenos ninhos de primavera. Dizem as pessoas: agora vejo, era mesmo bom! Todos elogiam, todos cortam!


F. Pascoli


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Caminho

Se estiveres no caminho certo, avança; se estiveres no caminho errado, recua.


Lao Tse

Combater a Pobreza no Brasil

José Lemos*
Em seu discurso de posse a Presidente anunciou como prioridade do seu governo o combate à pobreza no Brasil. Na mensagem e em documentos que foram divulgados pela imprensa não ficaram estabelecidas metas, tão pouco de que pobreza ela estava falando.
Sim, porque o conceito de pobreza é controverso e tem diferentes interpretações e enunciados. O mais divulgado deles é a “linha de pobreza”. Por este conceito haveria uma linha imaginária de um dólar americano em que as pessoas que moram em países com elevados percentuais de carências, como o Brasil, que tiverem renda diária igual ou inferior àquele valor seriam pobres. Assim, as metas de políticas para retirar populações da pobreza, segundo esta visão, seriam aquelas que tivessem a capacidade de fazer os pobres (nesta definição) terem renda monetária superior àquele valor.
Claro que este é um conceito frágil e que não se sustenta nem mesmo numa avaliação superficial. Veja-se. Ao cambio de hoje, de aproximadamente R$1,80 / US$, quem tiver renda de R$2,00 por dia ou R$60,00 por mês teria ultrapassado a linha de pobreza. Imagine-se que para conseguir esta renda a pessoa tenha que pagar duas passagens de transporte coletivo (uma para ir e outra para voltar do trabalho) com custo unitário de R$2,05 como acontece em São Luis, Maranhão. Imagine-se que esta pessoa resida como provavelmente acontecerá, em bairro que não é servido pela rede de água encanada. Imagine-se ainda que tenha filhos em idade escolar e os colégios não estejam como normalmente acontece, em área próxima à sua precária residência. De sorte que as crianças ou precisam de transporte ou terão que ir caminhando para a escola percorrendo longos trechos. A pergunta que fica é: este cidadão pode ser considerado como não pobre”?
Na nossa avaliação, o conceito de pobreza é bem mais amplo do que o mero acesso à renda monetária que é um dos seus componentes, mas não o único. Uma forma mais abrangente de contabilizar os pobres, nesta visão, seria contar a população que, além de não ter um padrão mínimo de renda monetária, não tenha acesso aos serviços essenciais que deveriam ser providos pelo estado como: água encanada, saneamento, coleta sistemática de lixo, educação, moradia, segurança e saúde, principalmente.
Foi com esta perspectiva que construímos o Índice de Exclusão Social (IES) que incorpora as privações daqueles ativos sociais e da renda entre os seus indicadores. Através dele objetiva-se ter informações da real situação de privações em que vivem as pessoas nos seus domicílios particulares (próprios ou não).
O Banco do Nordeste, que edita o livro já na sua terceira edição, onde consta o mapeamento de todos os municípios e estados brasileiros com previsões até 2010 daqueles indicadores de privações, disponibilizou para a Presidente e sua equipe uma versão preliminar do trabalho. Uma contribuição modesta cuja única pretensão é a tentativa de ajudar a planejar a reversão dos indicadores dramáticos que estão mostrados no livro.
Talvez uma boa estratégia para reduzir os atuais níveis de pobreza, entendidos numa visão mais abrangente, é estabelecer metas. O então Governador do Maranhão, José Reinaldo (2002-2006), conseguiu resultados expressivos criando metas para o final de seu governo. A partir delas as energias e sinergias de toda a sua equipe tinham aqueles objetivos. Os resultados foram expressivos, haja vista que em dezembro de 2006 o Maranhão deu saltos qualitativos em todos os indicadores sociais e econômicos, e saiu da incômoda posição de Estado mais carente do Brasil., inclusive recuperando a sua maior vocação que é a produção de alimentos que havia entrado em colapso nos anos noventa.
Um indicador importante de pobreza é o elevado percentual da população analfabeta maior de dez (10) anos, e a baixa escolaridade média da população brasileira, sobretudo daquela que sobrevive nas regiões mais pobres. Assim, o governo poderia estabelecer como meta reduzir a atual taxa de analfabetismo de maiores de dez (10) anos dos atuais 10% para no máximo 5% ao final de 2014. Na nova edição do nosso livro estima-se que a taxa de desaceleração do analfabetismo no Brasil entre 2001 e 2008 foi de apenas 0,4% ao ano. Seria o caso de fazer esta taxa crescer para pelo menos um por cento (1%) ao ano, através de um mutirão para alfabetizar adultos, elevar a taxa de matriculas de crianças e adolescentes em escolas de melhor qualidade. Além disso, a escolaridade média, que atualmente é de 7,8 anos, deveria crescer para pelo menos 10 anos até 2014. Para tanto a taxa de aceleração deste indicador deveria saltar dos atuais 3,5% ao ano (2001/2008) para pelo menos 7% ao ano no período 2011/2014.
Reduzir percentual de analfabetos e incrementar a escolaridade média se conquista, não apenas com a necessária multiplicação do número de salas de aula em condições adequadas, mas também com mais professores melhores qualificados e bem remunerados, disponibilidade de bibliotecas com acervo atualizado em quantidade e qualidade, além da merenda escolar que deve ser regionalizada ou municipalizada.
Merenda escolar regionalizada implica na aquisição dos alimentos no próprio município, ou no seu entorno. Isso provoca incremento da produção agrícola municipal e regional, implicando na elevação da renda monetária do setor rural. Vale lembrar que estão nas áreas rurais os maiores bolsões de pobreza do País.
Além das providencias essenciais na educação, as famílias precisam ter acesso aos ativos sociais como: água encanada, saneamento e coleta sistemática de lixo. Esses três elementos atuam como medicina preventiva, o que reduzirá a necessidade de gastos posteriores com medicina curativa. Providencias que proporcionam vida longa e saudável.
A renda monetária nas áreas rurais pode ainda avançar priorizando a produção agrícola familiar, garantindo-lhe assistência técnica gratuita, credito rural, seguro safra, preços mínimos remuneradores, infra-instrutoras de armazenamento e de escoamento.
Nas áreas urbanas, uma população com maior nível de escolaridade irá conquistar melhores espaços para auferir renda maior, como assalariado, ou como dona de seus negócios. Assim, programas como o “Bolsa Família” tornam-se emergenciais (como devem ser as transferências de renda) voltados para atender casos extremos e com período definido de tempo. A dinâmica que se impõe através de medidas assim terá efeitos multiplicadores ou externalidades positivas tanto de um ponto de vista econômico, como social e ambiental.
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*Professor Associado na Universidade Federal do Ceará. Autor do Livro “Mapa da Exclusão Social: Radiografia de Um País Assimetricamente Pobre” com a Terceira Edição no Prelo da Editora do Banco do Nordeste do Brasil. www.lemos.pro.br

Dentro

Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos.


José Saramago



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Coração

É indiscutível que um coração generoso e ações íntegras levam a uma paz maior. É igualmente claro que seus opostos têm consequências indesejáveis. A felicidade provém de causas virtuosas. Se a desejamos de fato, não há outra maneira de proceder a não ser através da virtude. Ela é o método pelo qual se alcança a felicidade. E podemos acrescentar que a base da virtude, o solo onde estão suas raízes, é a disciplina ética.



Dalai Lama


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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Beleza

A beleza das coisas está no espírito de quem as contempla.




David Hume



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Amigo

Pode-se viver sem um irmão, mas não sem um amigo.



provérbio árabe


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Caminho

O ouvido é o caminho do coração.


Voltaire



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terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Talento

O talento é capaz de alcançar o que está além da capacidade dos outros de alcançar, mas não além da sua capacidade de apreensão; portanto, logo encontra quem o aprecie. Já aquilo que o gênio alcança transcende não apenas a capacidade dos outros de alcançar, mas também a sua capacidade de apreensão, portanto os demais não se dão conta dele imediatamente. O talento é como o arqueiro que acerta um alvo que outros não atingem; o gênio é como o arqueiro que acerta um alvo que os demais nem sequer conseguem ver. Como disse Chamfort: O que se dá com os homens é o mesmo que acontece com os diamantes, que até um certo grau de tamanho, pureza e perfeição possuem um preço fixo definido, ao passo que a partir de um certo grau permanecem sem preço e não encontram compradores”. Bacon expressou o mesmo: “As virtudes inferiores recebem o aplauso das pessoas comuns; as intermediárias, admiração, e as mais elevadas, nenhuma apreciação”.

Schopenhauer

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Silêncio

É no silêncio que se educa o talento, e na torrente do mundo o caráter.



Goethe


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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Segredo

O segredo da felicidade é o seguinte: deixar que os nossos interesses sejam tão amplos quanto possível, e deixar que as nossas reações em relação às coisas e as pessoas sejam tão amistosas quanto possam ser.


Bertrand Russell



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Felicidade

Todos os homens aspiram à vida feliz e à felicidade, esta é uma coisa manifesta mas se muitos têm a possibilidade de alcançá-la, outros não a têm em virtude de algum azar ou vício da natureza, pois a vida feliz requer um certo acompanhamento de bens externos, em quantidade menos para os indivíduos dotados de melhores disposições, enquanto é de mais para aqueles cujas disposições são piores, e outros, finalmente, tendo a possibilidade de ser felizes, imprimem desde o inicio uma direção errada na busca da sua felicidade.



Aristóteles



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Mapas

Não nascemos com mapas. Temos de desenhá-los e esse desenho requer esforço. Quanto mais esforço fizermos para apreciar e perceber a realidade, mais e mais serão detalhados os mapas. Mas muitos não querem fazer esse esforço. Seus mapas são pequenos e incompletos, suas visões do mundo são estreitas e ilusórias.

Morgan Scott Peck


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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Qualidades

Devemos cultivar nossas qualidades e não nossas particularidades.

Goethe


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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Homem

Há tão diversas espécies de homens como há diversas espécies de animais, e os homens são, em relação aos outros homens, o que as diferentes espécies de animais são entre si e em relação umas às outras. Quantos homens não vivem do sangue e da vida dos inocentes, uns como tigres, sempre ferozes e sempre cruéis, outros como leões, mantendo alguma aparência de generosidade, outros como ursos grosseiros e ávidos, outros como lobos arrebatadores e impiedosos, outros ainda como raposas, que vivem de habilidades e cujo ofício é enganar!
Quantos homens não se parecem com os cães! Destroem a sua espécie; caçam para o prazer de quem os alimenta; uns andam sempre atrás do dono; outros guardam-lhes a casa. Há lebréus de trela que vivem do seu mérito, que se destinam à guerra e possuem uma coragem cheia de nobreza, mas há também dogues irascíveis, cuja única qualidade é a fúria; há cães mais ou menos inúteis, que ladram frequentemente e por vezes mordem, e há até cães de jardineiro. Há macacos e macacas que agradam pelas suas maneiras, que têm espírito e que fazem sempre mal. Há pavões que só têm beleza, que desagradam pelo seu canto e que destroem os lugares que habitam.

Há pássaros que não se recomendam senão pela sua plumagem ou pelas suas cores. Quantos papagaios falam sem cessar, sem nunca compreender o que dizem; quantas pegas e gralhas são domesticadas para roubar; quantas aves predadoras vivem da rapina; quantas espécies de animais agradáveis e tranquilas servem apenas para alimentar outros animais!
Há gatos, sempre à espreita, maliciosos e infiéis, que deslizam com patas de veludo; há víboras de língua venenosa, sendo o resto útil; há aranhas, moscas, percevejos e pulgas, que são sempre incómodos e insuportáveis; há sapos, que nos horrorizam e que têm peçonha; há mochos, que temem a luz. Quantos animais não vivem sob a terra para se manter! Quantos cavalos, que utilizamos para tantos fins, não abandonamos quando já não servem mais; quantos bois não trabalham uma vida inteira para enriquecer aqueles que lhes impõem o jugo: as cigarras, que passam a vida a cantar; as lebres, que têm medo de tudo; coelhos, que se espantam e acalmam num instante; porcos, que vivem na crápula e na imundície; patos mansos, que atraiçoam os seus congéneres, atraindo-os a armadilhas, corvos e abutres, que vivem apenas de podridão e de cadáveres! Quantas aves migratórias não voam tantas vezes de um extremo ao outro do mundo e se expõem a tantos perigos para sobreviver! Quantas andorinhas, sempre atrás do bom tempo; quantos escaravelhos, inadvertidos e sem objectivo; quantas borboletas à procura do logo que as queima! Quantas abelhas, que respeitam o seu chefe e vivem com tanta ordem e trabalho! Quantos zangãos, vagabundos e mandriões, não procuram estabelecer-se à custa das abelhas! Quantas formigas, cuja previdência e economia provêem a todas as suas necessidades! Quantos crocodilos fingem queixar-se para melhor devorar aqueles que são sensíveis às suas queixas! E quantos animais se submetem porque ignoram a sua força! Todas estas qualidades se encontram no homem e ele procede, em relação aos outros homens, como os animais de que acabamos de falar procedem entre si.


La Rochefoucauld


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Melhor

Faça o melhor que puder e faça-o de acordo com seu padrão interior próprio, ou consciência, não para o conhecimento e avaliação de seu atos pela sociedade. Fazer o melhor! é apenas uma frase de poucas palavras, mas significa que, em todas as ocasiões de nossa vida diária precisamos manter nossa mente sob controle, para mais tarde não nos arrependermos de nossos erros, mesmo que os outros nada saibam a respeito. Agindo assim, estaremos fazendo o melhor.

Dalai Lama


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Hoje

Se aproveitares bem o dia de hoje, dependerá menos de amanhã.


Sêneca




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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Satisfeito

O amor por nós mesmos, que só a nós diz respeito, sente-se satisfeito quando as nossas verdadeiras necessidades ficam satisfeitas; mas o amor-próprio - que se pretende comparar com ele nunca se sente satisfeito nem o poderia estar, porque esse sentimen­to, que nos leva a preferirmo-nos aos outros, também exige que os outros nos prefiram a eles próprios; ora isso é impossível. Eis co mo as paixões suaves e afetuosas têm origem no amor por si próprio, e como as paixões de ódio e de ira provêm do amor-próprio. Assim, o que torna o homem essencialmente bom é o fato de ter poucas necessidades e de pouco se comparar com os outros; o que o torna essencialmente mau é ter muitas necessidades e preocupar-se muito com a opinião. Sobre este princípio, é fácil ver co mo se podem dirigir - para o bem ou para o mal - todas as paixões das crianças e dos homens. É verdade que, como não podem viver sempre sós, dificilmente poderão viver sempre bons: e esta dificuldade aumentará, necessariamente, com o alargamento das suas relações; e é nisso, sobretudo, que os perigos da sociedade nos tornam a arte e os cuidados mais indispensáveis para prevenir - no coração humano - a depravação originada pelas suas novas necessidades.


Jean-Jacques Rousseau


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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Prudência

Deve-se temer a velhice porque ela nunca vem só. Bengalas são prova de idade e não de prudência.



Platão


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Pensar

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.

Lya Luft



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Coração

Sossega, coração! Não desesperes!
Talvez um dia, para além dos dias,
Encontres o que queres porque o queres.
Então, livre de falsas nostalgias,
Atingirás a perfeição de seres.

Mas pobre sonho o que só quer não tê-lo!
Pobre esperança a de existir somente!
Como quem passa a mão pelo cabelo
E em si mesmo se sente diferente,
Como faz mal ao sonho o concebê-lo!

Sossega, coração, contudo! Dorme!
O sossego não quer razão nem causa.
Quer só a noite plácida e enorme,
A grande, universal, solente pausa
Antes que tudo em tudo se transforme.


Fernando Pessoa


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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Tempo

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma de nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo de travessia... e se não ousarmos fazê-lo, teremos ficado para sempre à margem de nós mesmos.

Fernando Pessoa


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Verdadeira

Eis a verdadeira chave para a vida: se modificares a tua mentalidade, tuas condições se modificarão, teu corpo irá modificar-se, tuas atividades irão modificar-se, teu lar irá modificar-se, toda a tônica da tua vida irá modificar-se, pois o estares feliz e contente, ou deprimido e infeliz, depende inteiramente do tipo de alimento mental que te nutres.

Emmet Fox



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Ações

Sempre considerei as ações dos homens como as melhores intérpretes dos seus pensamentos.


John Locke


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Vencer

Nascemos para vencer, para conquistar, para transpor. A inteligência, o saber, a força do bem fazem nosso íntimo, esperando para serem desenvolvidos, para elevar-nos acima de todas as dificuldades.

Joseph Murphy


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terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Mudar

Se você quer mudar tudo, basta mudar a sua atitude.


S. Brown



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Conversa

Quando você se relaciona socialmente com outras pessoas podem acontecer duas coisas: ou você se adapta à maneira de ser dela ou faz com que se adaptem à sua. É como encostar um pedaço de carvão apagado em outro em brasa: ou o primeiro apaga o segundo ou este acende o primeiro. Como o risco é grande, seja prudente quando se envolver em relacionamentos pessoais, até mesmo – e em especial – quando se tratar de relacionamentos casuais ou despreocupados. A maioria de nós ainda não desenvolveu firmeza suficiente para direcionar os companheiros para nosso próprio caminho, de modo que acabamos sendo levados pela multidão, Nossos valores e ideais ficam imprecisos e contaminados. Nossas resoluções se desestabilizam. É difícil resistir quando amigos ou companheiros começam a falar com muita segurança e ímpeto. Se somos apanhados desprevenidos quando se abordam assuntos pouco dignos, ficamos envolvidos pelo ritmo do ambiente social em que estamos. É da natureza da conversa que seus múltiplos significados, insinuações e motivações pessoais sucedam-se com tal rapidez que possam, de um momento para outro, desviar-se para direções não recomendáveis, aviltando todos os que dela participam. Sendo assim, enquanto os sentimentos sadios não se fixarem bem em você, transformando-se em instinto, e enquanto você não tiver adquirido uma vasta capacidade de auto-defesa, escolha com cuidado as suas companhias e controle o rumo das conversas que participar.

Epicteto

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