domingo, 31 de julho de 2016

Capitalismo


O capitalismo de livre mercado foi a melhor coisa que já aconteceu para o cidadão comum. Os ricos sempre tiveram acesso ao entretenimento, e quase sempre podiam fazê-lo do conforto de seus palácios e mansões. Os ricos nunca tiveram de vivenciar o trabalho extenuante e maçante de limpar seu próprio carpete, passar a própria roupa, ou passar o dia todo mourejando em um forno quente para ter um jantar decente. Eles sempre puderam pagar pessoas para fazer isso para eles. Já a produção em massa possibilitada pelo capitalismo fez com que rádios e televisores, aspiradores de pó, máquinas de lavar e de costurar, e fornos microondas estivessem amplamente disponíveis e ao alcance do cidadão comum, poupando-o dos estafantes e monótonos trabalhos pesados do passado. Hoje, o cidadão comum tem o poder de usufruir muito mais tempo livre, e com mais qualidade de vida, do que os ricos do passado podiam. Walter Willians – economista americano.





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sábado, 30 de julho de 2016

Humildade


A humildade é a única base sólida de todas as virtudes.


Confúcio


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Necrológio


Necrológio

A Sra. Judith Tendler, professora emérita do Massachusetts Institute of Technology (M.I.T), especializada em Brasil e amiga do Ceará, faleceu em 25 de julho de 2016

(*) José Nelson Bessa Maia

Nascida em Detroit, EUA, em 30/12/1938, Judith Tendler foi uma economista de renome no campo da Economia do Desenvolvimento. Desde 1984, tornou-se professora de Economia Política no Grupo de Desenvolvimento Internacional do Departamento de Estudos e Planejamento Urbano (SPURS)do M.I.T. Em sua vasta obra, ela publicou livros famosos sobre o Brasil, dentre os quais o Good Government in the Tropics, publicado pelaJohns Hopkins UnIversity Press, 1997(versão brasileira editada em 1998 pela Escola Nacional de Administração Pública-ENAP sob o título Bom Governo nos Trópicos: uma visão crítica (acerca de boas práticas em projetos do governo do Ceará), e Energia Elétrica no Brasil: Empreendedorismo no Setor Público, além de muitos outros artigos em periódicos acadêmicos sobre temas relativos ao Nordeste brasileiro.
Antes de ingressar no M.I.T, Judith Tendler trabalhou na Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional (USAID) –inclusive doisanos no Rio de Janeiro, onde realizou diversas avaliações de campo na América Latina. No M.I.T, a partir de 1992 e até 2009, Tendler conduziu cinco projetos de pesquisa comparativa no Brasil que combinou pesquisas de campo com o ensino - financiados por diferentes organismos públicos nacionais e internacionais. Isso resultou em várias publicações, dissertações e teses. Por este trabalho, o M.I.T concedeu-lhe dois prêmios em anos diferentes - o prêmio Irwin Sizer para "a melhoria mais significativa na educação no M.I.T"; e o Class of 1960 Award pelas "distintas contribuições para o programa de instrução e trabalho inovadore eficaz na formação de estudantes em condições de campo”. Num desses programas, Judith realizou pesquisas de campo no Ceará entre 1993 e 1996. Com destaques para os programas adotados pelo governo do Ceará nas gestões de Tasso Jereissati (1987-1991)e (1995-1998) nas áreas de agentes comunitários de saúde, empregos de emergência durante as secas, preservação ambiental, extensão rural, gestão municipal inovadora e compras governamentais de pequenas empresas. Além do governo do Ceará, a professora Tendler também realizou relevantes trabalhos junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB).
Em seu mais recente projeto de pesquisa - "O Estado de Direito, a modernização do Estado no Brasil: lições de experiências existentes para políticas e práticas" - Tendler escolheu investigar vários casos de conflitos clássicos em países em desenvolvimento entre os trabalhadores e as empresas (e suas associações) na implementação de obras de infra-estrutura, nas questões ambientais e nos vários subsetores ao longo das cadeias produtivas. Ela e sua equipe de três pesquisadores brasileiros de doutorado - incluindo o economista cearense Mansueto Almeida –examinou um grande número de casos que foram resolvidos, excepcionalmente, de forma positiva. Este projeto de pesquisa, portanto, procurou saber como poderiam os agentesreguladores e os demais envolvidos potencializar na margem a soma positiva de resultados que já estavam gerando ao observar os padrões que funcionavam através deles.
Outros trabalhos recentes da professora Judith Tendler são os artigos em língua inglesa: "o medo da Educação", "as guerras fiscais entre os estados: Lições do Brasil e do Sul dos EUA", "a transformação das economias locais: lições do Nordeste do Brasil ", e"Histórias de crescimento em vários lugares: caminhos e lições surpreendentes”.
Como reconhecimento de seu dedicado trabalho em prol do desenvolvimento do Nordeste e do Ceará, a professora Tendler foi agraciada com o título de doutora honoris causa pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) em 1994.
O funeral da professora Judith será realizado hoje, 26 de julho, no Hebrew Memorial Chapel, em Oak Park, Michigan, EUA.

(*) economista, mestre em Economia e doutor em Relações internacionais pela UnB, ex-secretário de assuntos internacionais do governo do Ceará (1995-2006). Assessor sênior na Secretaria de Assuntos Internacionais (SEAIN)/Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão.

quinta-feira, 28 de julho de 2016

O mar

Amei-te e por te amar
Só a ti eu não via...
Eras o céu e o mar,
Eras a noite e o dia...
Só quando te perdi
É que eu te conheci...

Quando te tinha diante
Do meu olhar submerso
Não eras minha amante...
Eras o Universo...
Agora que te não tenho,
És só do teu tamanho.

Estavas-me longe na alma,
Por isso eu não te via...
Presença em mim tão calma,
Que eu a não sentia.
Só quando meu ser te perdeu
Vi que não eras eu.

Não sei o que eras. Creio
Que o meu modo de olhar,
Meu sentir meu anseio
Meu jeito de pensar...
Eras minha alma, fora
Do Lugar e da Hora...

Hoje eu busco-te e choro
Por te poder achar
Não sequer te memoro
Como te tive a amar...
Nem foste um sonho meu...
Porque te choro eu?

Não sei... Perdi-te, e és hoje
Real no [...] real...
Como a hora que foge,
Foges e tudo é igual
A si-próprio e é tão triste
O que vejo que existe.

Em que és [...] fictício,
Em que tempo parado
Foste o (...) cilício
Que quando em fé fechado
Não sentia e hoje sinto
Que acordo e não me minto...

[...] tuas mãos, contudo,
Sinto nas minhas mãos,
Nosso olhar fixo e mudo
Quantos momentos vãos
Pra além de nós viveu
Nem nosso, teu ou meu...

Quantas vezes sentimos
Alma nosso contacto
Quantas vezes seguimos
Pelo caminho abstrato
Que vai entre alma e alma...
Horas de inquieta calma!

E hoje pergunto em mim
Quem foi que amei, beijei
Com quem perdi o fim
Aos sonhos que sonhei...
Procuro-te e nem vejo
O meu próprio desejo...

Que foi real em nós?
Que houve em nós de sonho?
De que Nós fomos de que voz
O duplo eco risonho
Que unidade tivemos?
O que foi que perdemos?

Nós não sonhamos. Eras
Real e eu era real.
Tuas mãos - tão sinceras...
Meu gesto - tão leal...
Tu e eu lado a lado...
Isto... e isto acabado...

Como houve em nós amor
E deixou de o haver?
Sei que hoje é vaga dor
O que era então prazer...
Mas não sei que passou
Por nós e acordou...

Amamo-nos deveras?
Amamo-nos ainda?
Se penso vejo que eras
A mesma que és... E finda
Tudo o que foi o amor;
Assim quase sem dor.

Sem dor... Um pasmo vago
De ter havido amar...
Quase que me embriago
De mal poder pensar...
O que mudou e onde?
O que é que em nós se esconde?

Talvez sintas como eu
E não saibas senti-o...
Ser é ser nosso véu
Amar é encobri-o,
Hoje que te deixei
É que sei que te amei...

Somos a nossa bruma...
É pra dentro que vemos...
Caem-nos uma a uma
As compreensões que temos
E ficamos no frio
Do Universo vazio...

Que importa? Se o que foi
Entre nós foi amor,
Se por te amar me dói
Já não te amar, e a dor
Tem um íntimo sentido,
Nada será perdido...

E além de nós, no Agora
Que não nos tem por véus
Viveremos a Hora
Virados para Deus
E n'um (...) mudo
Compreenderemos tudo.

Fernando Pessoa

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segunda-feira, 25 de julho de 2016

Caridade

Aquele que tem caridade no coração tem sempre qualquer coisa para dar.


Santo Agostinho



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sábado, 9 de julho de 2016

Silêncio

Pense no que vai dizer antes de abrir a boca. Seja breve e preciso, já que cada vez que deixa sair uma palavra, deixa sair uma parte do seu Chi (energia). Assim, aprenderá a desenvolver a arte de falar sem perder energia.

Nunca faça promessas que não possa cumprir. Não se queixe, nem utilize palavras que projectem imagens negativas, porque se reproduzirá ao seu redor tudo o que tenha fabricado com as suas palavras carregadas de Chi.

Se não tem nada de bom, verdadeiro e útil a dizer, é melhor não dizer nada. Aprenda a ser como um espelho: observe e reflicta a energia. O Universo é o melhor exemplo de um espelho que a natureza nos deu, porque aceita, sem condições, os nossos pensamentos, emoções, palavras e acções, e envia-nos o reflexo da nossa própria energia através das diferentes circunstâncias que se apresentam nas nossas vidas.

Se se identifica com o êxito, terá êxito. Se se identifica com o fracasso, terá fracasso. Assim, podemos observar que as circunstâncias que vivemos são simplesmente manifestações externas do conteúdo da nossa conversa interna. Aprenda a ser como o universo, escutando e reflectindo a energia sem emoções densas e sem preconceitos.

Porque, sendo como um espelho, com o poder mental tranquilo e em silêncio, sem lhe dar oportunidade de se impor com as suas opiniões pessoais, e evitando reacções emocionais excessivas, tem oportunidade de uma comunicação sincera e fluída.

Não se dê demasiada importância, e seja humilde, pois quanto mais se mostra superior, inteligente e prepotente, mais se torna prisioneiro da sua própria imagem e vive num mundo de tensão e ilusões. Seja discreto, preserve a sua vida íntima. Desta forma libertar-se-á da opinião dos outros e terá uma vida tranquila e benevolente invisível, misteriosa, indefinível, insondável como o TAO.

Não entre em competição com os demais, a terra que nos nutre dá-nos o necessário. Ajude o próximo a perceber as suas próprias virtudes e qualidades, a brilhar. O espírito competitivo faz com que o ego cresça e, inevitavelmente, crie conflitos. Tenha confiança em si mesmo. Preserve a sua paz interior, evitando entrar na provação e nas trapaças dos outros. Não se comprometa facilmente, agindo de maneira precipitada, sem ter consciência profunda da situação.

Tenha um momento de silêncio interno para considerar tudo que se apresenta e só então tome uma decisão. Assim desenvolverá a confiança em si mesmo e a Sabedoria. Se realmente há algo que não sabe, ou para que não tenha resposta, aceite o fato. Não saber é muito incómodo para o ego, porque ele gosta de saber tudo, ter sempre razão e dar a sua opinião muito pessoal. Mas, na realidade, o ego nada sabe, simplesmente faz acreditar que sabe.

Evite julgar ou criticar. O TAO é imparcial nos seus juízos: não critica ninguém, tem uma compaixão infinita e não conhece a dualidade. Cada vez que julga alguém, a única coisa que faz é expressar a sua opinião pessoal, e isso é uma perda de energia, é puro ruído. Julgar é uma maneira de esconder as nossas próprias fraquezas.

O Sábio tolera tudo sem dizer uma palavra. Tudo o que o incomoda nos outros é uma projecção do que não venceu em si mesmo. Deixe que cada um resolva os seus problemas e concentre a sua energia na sua própria vida. Ocupe-se de si mesmo, não se defenda. Quando tenta defender-se, está a dar demasiada importância às palavras dos outros, a dar mais força à agressão deles.

Se aceita não se defender, mostra que as opiniões dos demais não o afectam, que são simplesmente opiniões, e que não necessita de os convencer para ser feliz. O seu silêncio interno torna-o impassível. Faça uso regular do silêncio para educar o seu ego, que tem o mau costume de falar o tempo todo.

Pratique a arte de não falar. Tome algumas horas para se abster de falar. Este é um exercício excelente para conhecer e aprender o universo do TAO ilimitado, em vez de tentar explicar o que é o TAO. Progressivamente desenvolverá a arte de falar sem falar, e a sua verdadeira natureza interna substituirá a sua personalidade artificial, deixando aparecer a luz do seu coração e o poder da sabedoria do silêncio.

Graças a essa força, atrairá para si tudo o que necessita para a sua própria realização e completa libertação. Porém, tem que ter cuidado para que o ego não se infiltre… O Poder permanece quando o ego se mantém tranquilo e em silêncio. Se o ego se impõe e abusa desse Poder, este converter-se-á num veneno, que o envenenará rapidamente.

Fique em silêncio, cultive o seu próprio poder interno. Respeite a vida de tudo o que existe no mundo. Não force, manipule ou controle o próximo. Converta-se no seu próprio Mestre e deixe os demais serem o que têm a capacidade de ser. Por outras palavras, viva seguindo a via sagrada do TAO.

(Texto Taoísta)

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Grandeza

Não reconheço outra grandeza que não seja a bondade.




Ludwig van Beethoven




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quarta-feira, 6 de julho de 2016

Amizade

A amizade perfeita é aquela que existe entre os homens que são bons e semelhantes na virtude, pois tais pessoas desejam o bem um do outro de modo idêntico. Aqueles que desejam o bem aos seus amigos por eles mesmos são amigos no sentido mais próprio. Por essa razão, sua amizade durará enquanto essas pessoas forem boas, e a bondade é coisa duradoura. Cada uma das pessoas é boa m si mesma e para o seu amigo, pois os bons são são bons em absoluto e reciprocamente úteis. Uma amizade assim, como seria de esperar, é permanente, visto que que eles encontram um no outro as qualidades que os amigos devem possuir. Toda amizade visa ao bem ou ao prazer, quer em abstrato, quer em relação àquele que sente na amizade, e baseia-se em uma certa semelhança; e à amizade entre homens bons pertencem todas as qualidades mencionadas, em razão da natureza dos próprios amigos. O amor e a amizade, portanto, ocorrem principalmente, e em sua melhor forma, entre homens dessa espécie. Mas é natural que essas companhias sejam raras, pois homens assim também são raros. Além disso, uma amizade dessa espécie exige tempo e intimidade. Como diz provébio:"As pessoas não podem conhecer-se mutuamente enquanto não tiverem consumido muito sal juntos", e tampouco podem se aceitar como amigos enquanto cada um não parecer digno da amizade do outro. As pessoas que depressa mostram mutuamente sinais de amizade tornam-se amigos, mas não o serão, a menos que ambos sejam dignos da amizade e reconhecerem esse fato, pois um desejo de amizade pode surgir depressa, porém a amizade, não.

Aristóteles


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terça-feira, 5 de julho de 2016

Insensatez

Melhor permanecer calado e que suspeitem tu insensatez, que falar e eliminar toda a dúvida disso.



Abraham Lincoln



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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Ideologia

Ideologies separate us. Dreams and anguish bring us together.



Eugene Ionesco



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