Não me escuto:
Pareço surdo.
Me evito ser, ainda
Sinto ser uma metamorfose,
Partindo junto do meu sussurro:
-que já se escuta mais que um grito.
Venho de nuvens deformadas,
- as aves não me calçam – ponho a
Mão, onde não se sente.
Me ausento onde ando
e vôo pensando:
-saio de onde me revesti:
Tenho pontas indeterminadas,
Manuseadas aos maiores cuidados.
-Me nutro de prantos semelhantes.
Não me sou: espanto e acabo
- ando: e sou parado...
Sou formado de reticências,
Me completo na inexistência.
Meu calendário é irreal:
Mundo da fantasia!
Sou ínfima parte do que
Entendo:
- Não me explico,
Me demonstro:
sem saber o que me ao certo sou,
nem de onde vou.
Minhas luzes são escuras e brilhantes,
São invisíveis e audíveis.
Nunca me tentem:
- não sou doce a que se coma.
- sou flor que se respire,
- sou mel que se beije e ame:
Nunca o que me vem,
Não tenho formato: tenho cores.
Sou rio: não sou água.
Sou chão: não sou terra.
Sou chama: não sou fogo.
Sou vento: não sou ar.
Sou Deus, Deus me é.
Sou um: sou todos.
Me correspondo a exibições
Revisadas.
Me insiro no meu início,
Me calculo no meu fim.
Me formo: de desenhos abstratos.
Demartone Oliveira
*
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