sábado, 19 de junho de 2010

Interlúdio

Eu espero que acredites em mim,
E que me sintas enquanto ainda não cheguei.
Sinta: nossos “eus” se juntos estão,
Estão completos: estão unos;
- E dizemos: nunca separemos.
É o sol que nasce e se põe,
A lua que se vem: e luze
- dentro de meu coração.
Acredite em mim:
Acredite que nunca estou sozinho,
Ainda, pois, sinto tua mão à minha.
Entreabres teu coração,
E deixa-me entrar com o meu:
- E permite que te ames,
Até que já ouças uma melodia,
Vinda de nossas palavras.
Permites que me faça,
(Razão de me ser), em ti
-Sedes eterna fonte:
Faze-me um parágrafo,
Ainda que sem estilo,
E te tornas só isso, pois:
- te tornas minha estrela
- serena, ao luar divino.
Faze-me teu chão e teu céu,
Teu sol e teu luar,
Tua árvore e tua floresta,
Tua água e teu lago.
Faze-me em ti, e sedes minha eterna.
-pois, ora, me luze,
-pois, ora, me canta.
Entre vais:
- levas minha alma
- leva meu corpo.
Entre voltas:
-trazes minha cama,
-trazes minha escuridão.
Faz-te sublime,
E quebra meu rosto,
Deixa-o uma página em branco:
-Cria-me com cores,
Para em cores,
Conceder-me bordas ilustradas:
E fecha-me,
Antes à minha letra:
- Faze-me escrever-te.


Demartone Oliveira

*

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