terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Conversa

Quando você se relaciona socialmente com outras pessoas podem acontecer duas coisas: ou você se adapta à maneira de ser dela ou faz com que se adaptem à sua. É como encostar um pedaço de carvão apagado em outro em brasa: ou o primeiro apaga o segundo ou este acende o primeiro. Como o risco é grande, seja prudente quando se envolver em relacionamentos pessoais, até mesmo – e em especial – quando se tratar de relacionamentos casuais ou despreocupados. A maioria de nós ainda não desenvolveu firmeza suficiente para direcionar os companheiros para nosso próprio caminho, de modo que acabamos sendo levados pela multidão, Nossos valores e ideais ficam imprecisos e contaminados. Nossas resoluções se desestabilizam. É difícil resistir quando amigos ou companheiros começam a falar com muita segurança e ímpeto. Se somos apanhados desprevenidos quando se abordam assuntos pouco dignos, ficamos envolvidos pelo ritmo do ambiente social em que estamos. É da natureza da conversa que seus múltiplos significados, insinuações e motivações pessoais sucedam-se com tal rapidez que possam, de um momento para outro, desviar-se para direções não recomendáveis, aviltando todos os que dela participam. Sendo assim, enquanto os sentimentos sadios não se fixarem bem em você, transformando-se em instinto, e enquanto você não tiver adquirido uma vasta capacidade de auto-defesa, escolha com cuidado as suas companhias e controle o rumo das conversas que participar.

Epicteto

*

Nenhum comentário:

Postar um comentário