quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Geração mais nova

A geração mais nova, nascida num mundo formado por computadores, pode enfrentar desafios mais difíceis para vivenciar sua humanidade- é mais difícil distinguir o real do virtual. A confusão entre realidade e virtualidade acontece en estágios que sempre dependem de máquinas. Considere o modo como as máquinas mudaram a música e o impacto da música na vida. Nos séculos 18 e 19, a invenção do fonógrafo, rádio e televisão trouxe a música de longe para dentro de casa,mas transformou a família de produtora ativa de música em consumidora passiva. O comércio de gêneros de músicas diferentes para diferentes gerações mais a disponibilidade de máquinas que tocam música com fones particulares dividiu a família num conjunto de indivíduos com gostos diferentes. Quando os membros da família na mesma sala, mas cada um está ligado ao seu aparelho de CD, habitam seus próprios universos separados. A música mecanizada os divide, em vez de reuni-los. Do ponto de vista comercial, o lema romano "dividir para conquistar" funciona muito bem. Do ponto de vista social, são seres passivos e alienados e estariam em melhores condições se às vezes tocassem música juntos, como uma família interligada. O que a música mecanizada faz com a vivência social, os computadores fazem com a consciência social. Cada membro da família senta-se agora em frente ao seu próprio computador pessoal, Cda um vivencia uma consciência separada, estimulada por uma máquina. Só se percebem um ao outro de maneira nebulosa. A virtualidade aos poucos suplanta a realidade. Calculadas as horas e os anos que cada criança passa em frente da televisão, dos monitores de computador e da tela dos videogames, horas e horas passivamente deslocados do contato humano real e do envovimento social ativo, a virtualidade acaba substituindo a realidade. Alguns jovens mal conseguem saber a diferença.



Lou Marinoff


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