Não me escuto:
Pareço surdo.
Evito-me:
crio auto-metamorfoses.
Partindo junto do meu sussurro:
-que já se escuta mais que um grito.
Venho de nuvens deformadas
onde não se sente o ar.
Me ausento onde ando
e vôo pensando:
-saio de onde me revesti:
Tenho pontas indeterminadas.
Não me sou: espanto e acabo
- ando: e sou parado.
Sou formado de reticências,
Me completo na inexistência.
Meu calendário é irreal:
- mundo da fantasia.
Sou ínfima parte do que
Entendo:
- Não me explico,
Me demonstro:
sem saber o que me ao certo sou,
nem de onde vou.
Minhas luzes são escuras e brilhantes,
São invisíveis e audíveis.
Nunca o que me vem,
Não tenho formato: tenho cores.
Me correspondo a exibições
Revisadas.
Me insiro no meu início,
Me calculo no meu fim.
Me formo: de desenhos abstratos.
Demartone Oliveira Botelho
*
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