sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Conviver

Que prazer lhes pode fornecer o convívio com seres com os quais dó podem travar relações por intermédio do que há de mais baixo e menos nobre na natureza humana, ou seja, o banal, o trivial e o comum? Esses seres formam uma comunidade e, como não podem elevar-se à altura dos primeiros, só lhes resta, e essa é a sua única ambição, rebaixá-los ao seu nível. Assim, é um sentimento aristocrático aquele que alimenta a tendência para p retraimento e a solidão. Todos os velhacos são sociáveis; quão lastimável! Em contrapartida, percebemos que um homem é de estirpe pobre quando mostra, antes de tudo, que não prova satisfação em estar com os outros, mas prefere cada vez mais a solidão à sociedade, para então chegar, gradualmente. Com o passar dos anos, à intelecção de que, salvo raras exceções, no mundo há apenas uma escolha: aquela entre a solidão e a vulgaridade. Até Angelus Silesius, apesar de sua benevolência e de seu amor cristãos, não pode deixar de exprimir o mesmo: “A SOLIDÃO É PENOSA, NO ENTANTOI, EVITA SER VULGAR”. EM TODA PARTE PODES ESTAR NUM DESERTO. .






Schopenhauer



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