O nosso engenho se esforça em pôr as coisas numa perspectiva tal que vistas de certo modo pareçam o que queremos que elas sejam, e não o que elas são. A razão é como um instrumento lisonjeiro, por meio do qual vemos as coisas grandes, pequenas, falsas ou verdadeiras. O nosso pensamento não se acomoda às coisas, acomoda-se ao nosso gosto. O amor , a vaidade e os interesses são moldes em que as coisas se formam, e se configuram, e com efeito nenhuma coisa se mostra como é, contra a nossa vontade.
Matias Aires
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