sábado, 11 de maio de 2013

Sabedoria

No silêncio da noite, a Sabedoria me visitou, secou minhas lágrimas e disse-me com ternura: ouvi os soluços de tua alma e vim consolar-te. Pergunta, e revelar-te-ei a verdade.
Falei: dize-me. ó Sabedoria, quem sou eu. Que são essas vastas aspirações, e esses pensamentos movediços, e esses olhos que sondam minhas profundezas? Que é este mundo que me arrasta para onde não sei? Que é o homem que procura a felicidade, sabendo que um abismo o separa dela, que pede o beijo da vida e recebe o golpe da morte?
Respondeu a Sabedoria: queres ver este mundo com os olhos de um deus e compreender a eternidade com tua mente de mortal? Não é isso o cúmulo da insensatez? Tudo que vês existe para ti. Mas deves satisfazer-te com o que tua mente limitada é capaz de apreender da essência velada das coisas. Este mundo em movimento é teu próprio coração. Este homem, que achas ignorante e pequeno, veio da vizinhança de Deus...Vai para diante e nunca pares. Vai, e não temas os espinhos do caminho. À tua frente, está a perfeição.



Gibran Khalil Gibran



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