domingo, 15 de dezembro de 2013

Hábitos

Somos criaturas de hábitos. Cultivamos preferências pessoais que, embora mutáveis com o tempo, tendem a fixar-se por longos períodos. Usamos as mesmas roupas, freqüentamos restaurantes favoritos e seguimos o mesmo caminho todo dia. A espontaneidade é maravilhosa, mas impossível de praticar, os hábitos nos isolam da mudança e permitem manter-nos em posto seguro dando-nos a noção, ou ilusão, confortadora do cenário permanente numa paisagem que está sempre a mudar. Os maus hábitos são fáceis de adquirir, mas difíceis de perder; os bons são mais difíceis de adquirir mas mais de perder. Os hábitos pessoais, e sociais, que as pessoas cultivam costumam basear-se em seus hábitos de pensamentos – ou falta de pensamentos..
Assim, seus hábitos são, na verdade, reflexos do seu pensamento, porque constituem afirmativas vigorosas sobre as coisas que você quer manter constantes. O que deseja preservar é importante para você. Os hábitos são uma forma de compreender a personalidade e a filosofia de vida de alguém. Às vezes ansiamos por mudanças e as buscamos. Todos precisam, periodicamente de uma reforma, nova decoração, novo relacionamento, carreira diferente. Somos como os animais que precisam trocar de jaula ou concha para acomodar seu crescimento Embora tantas vezes desejamos ditar as mudanças de nossa vida, com freqüência temos de admitir que na verdade não sabemos exatamente o que fazer. As circunstâncias são, às vezes, mais sábias do que o que está preso à elas. Acabamos, assim, numa luta entre a resistência à mudança e a sua aceitação. Buscamos a mudança e depois resistimos à ela caso não seja excitante o que imaginávamos. Ou buscamos evitar mudanças, inclusive potencialmente benéficas.





Lou Marinoff





*

Nenhum comentário:

Postar um comentário