quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Disciplina

Na disciplina, o indivíduo se torna discípulo de si mesmo. É seu próprio professor, treinador, técnico e orientador. Platão dividiu a alma em três partes- razão, paixão e desejo – e disse que o comportamento correto resulta da harmonia entre esses elementos. Santo Agostinho procurou entender a alma hierarquizando as diversas formas de amor: amor a Deus, ao próximo, a si mesmo e aos bens materiais. Freud dividiu a psique em id, ego e superego. E vemos Shakespeare observando os conflitos da alma, a luta entre o Bem e o Mal.. O problema volta sempre ao equilíbrio da alma. Mas a questão da ordem correta da ala não se atém ao domínio sublime da filosofia e do drama. Ela está no cerne da perfeita conduta do cotidiano. Aprendemos a organizar a alma da mesma maneira que aprendemos a resolver problemas de matemática e a jogar futebol – com a prática. O caso de Demóstenes ilustra o tema. Ele tinha grande ambição de se tornar orador, mas tinha limitações na fala. A vontade firme é essencial, mas insuficiente. Sua Pronúncia inarticulada e gaguejante foi superada e tornou-se mais distinta porque ele treinou falar com pedras na boca. Aumentando o problema que desejamos superar desenvolvemos o poder necessário para vencer a dificuldade inicial. No treinamento da voz, ele disciplinou declamando versos e fazendo discursos quando estava quase sem fôlego, correndo ou subindo montanhas.





W. Bennett




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