José Nelson Bessa Maia (*)
Introdução
O mercado de derivativos financeiros é o mais novo e dinâmico dos mercados financeiros internacionais. “Derivativos” é a denominação genérica para um conjunto de vários produtos utilizados para fazer hedge de riscos financeiros ou para apostar (especular) em variações de preços, de moedas e de taxas de juros. Não há, em momento algum, a intenção do investidor em tomar posse dos valores, moedas ou mercadorias subjacentes.
Em outras palavras, derivativos são títulos cujo preço deriva do preço de mercado de outro ativo real ou financeiro – preço de commodity (café, soja, carne, minério de ferro), taxa de juro, taxa de câmbio, índices ou quaisquer outros instrumentos financeiros aceitos para ser negociado no mercado. No mercado de derivativos negociam-se contratos com vencimento e liquidação financeira numa data futura por um preço determinado.
1- Origem dos Derivativos
O mercado de derivativos teve início em 1972, quando a Bolsa de Mercadorias de Chicago (CME) lançou o primeiro contrato futuro de moedas – o primeiro contato futuro financeiro. O aumento da volatilidade das taxas de câmbio com a implantação do regime de taxas flutuantes, que se seguiu ao fim do sistema de câmbio fixo de Bretton Woods (1971-73), provocou uma demanda por instrumentos que permitissem às empresas, bancos e outros agentes fazerem um seguro (hedge) contra o risco cambial. As taxas de juro e os preços das commodities também se tornaram muito mais voláteis em consequência do aumento nos preços do petróleo em 1973.
Em
O quadro 1 em anexo apresenta a evolução do mercado global de derivativos desde 1991 até 2009. Os valores dos saldos globais dos mercados de derivativos quintuplicaram entre 1991 e 1997, passando de US$ 7,9 trilhões (a preços correntes) para US$ 40,9 trilhões. Desde então, aumentaram 7,3 vezes em 2004, chegando à
(*) José Nelson Bessa Maia é mestre em economia pela Universidade de Brasília (UnB) e doutorando em relações internacionais na UnB. E-mail: nbessa@unb.br
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